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Curitiba e Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná, estão entre as dez cidades, com mais de 100 mil habitantes, mais violentas do Brasil. A capital paranaense figura como a sexta cidade mais violenta do país, com 2,69 de índice de violência e Foz aparece na décima colocação, registrando índice de 2,17. Os dois municípios paranaenses apresentam os maiores índices de violência do estado desde 2000.

A conclusão é do estudo inédito realizado pelo Ministério da Saúde, que organizou um mapa da violência, elencando as cem cidades onde há maior risco à vida por causa externa, isto é, homicídios, mortes por arma de fogo sem causa determinada, suicídios e acidentes de trânsito. A pesquisa foi feita com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), que avalia os índices de violência de 2000 a 2004. A conclusão é que essas cidades são responsáveis por praticamente um terço das mortes por violência ocorridos no país, que chegaram a 127 mil em 2003.

Secretário contestaO Secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Luis Fernando Delazzari, contesta os dados da pesquisa. "É um estudo equivocado, enganoso, que cria uma falsa imagem da cidade", avalia. Segundo o secretário, no ano de 2004 foram registrados 511 homicídios na capital. "Se for contabilizar esse número, Curitiba estaria na 66ª posição. O problema na cidade é o alto número de mortes no trânsito, que também é considerada morte violenta".

Ainda segundo Delazzari, o homicídio está ligado ao tráfico de drogas, à bebida e à disputa entre bandidos. "Temos uma pesquisa que revela que 63% dos homicídios acontecem dentro ou em um raio de 10 metros de um bar. E o pior, em 45% dos casos, a pessoa que mata e a que morre se conhecem", esclarece o secretário.

De acordo com Delazzari, até o mês de outubro deste ano foram registrados 498 homicídios em Curitiba, uma média de 1,6 por dia. Destes 232, ou seja 54,6%, foram solucionados. Segundo o delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, 70% destes assassinatos estão relacionados ao tráfico de drogas.

A violência na capital

Em 2000, segundo os dados, Curitiba aparecia em 15.º entre os 100 municípios, com 1,86 de índice de violência. No ano seguinte a capital manteve a posição, mas diminuiu o índice - 1,81. Em 2002 a situação melhorou um pouco. Curitiba apareceu em 17.º com 1,87 de índice de violência. Em 2003 a cidade já aparecia em 12.º com 2,06.

O vice-prefeito da cidade, Luciano Ducci (PSB), disse que é preciso analisar os dados do estudo com cuidado e que é difícil de aceitar que a capital do estado seja a sexta cidade mais violenta do Brasil.

Ducci afirmou que esse dado demonstra a grande preocupação que o curitibano já tem conhecimento. "Sempre em pesquisas as pessoas dizem que a segurança é a grande preocupação", diz.

De acordo com o vice-prefeito, o número de homicídios vem aumentando em Curitiba e contrasta com os dados do secretário de segurança. "Em 2000 foram registrados 335, enquanto que em 2004 foram 588. O número aumentou 50%. Quanto ao suicídio em 2000 tivemos 55 casos e no ano passado 96".

Para Ducci, a droga é o fator principal na geração de violência e o aumento no efetivo da polícia é uma das saídas para diminuir o índice de criminalidade. Delazzari contesta a posição do vice-prefeito e afirma que o crime de homicídio não tem relação alguma com o número de policiais. "Se fosse só colocar policiais nas ruas, São Paulo e Rio de Janeiro não teriam casos de homicídios", disse o secretário.

Ducci insistiu na questão do aumento do número de policiais nas ruas da cidade, para inibir os crimes. "Em Santa Catarina, onde a população é menor que no Paraná, eles trabalham com o mesmo efetivo que a gente. No Rio Grande do Sul, que tem aproximadamente a mesma população que o Paraná, eles têm o dobro de policiais." Na pesquisa do Ministério a capital gaúcha aparece na 19º, enquanto Florianópolis está na 79º posição.

Para o vice-prefeito o resultado do estudo serve como um desafio. "Temos que trabalhar mais para sairmos desta sexta colocação. Mas para isso precisamos da ajuda da população".

"Acredito que se melhorar a educação e se aumentar a geração de renda e de emprego a situação da violência na capital vai melhorar", concluiu Ducci.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) foi procurado pela reportagem da Gazeta do Povo Online, mas a assessoria informou que ele está em viagem à Espanha e não poderia atender.

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