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De dez regiões metropolitanas de capitais brasileiras, as de Curitiba, Belém (PA) e Vitória (ES) foram as únicas que não cumpriram a expectativa de redução de mortes causadas por arma de fogo traçada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) para 2004. Ano passado ocorreram 908 mortes na RMC – 6,7% a mais que os 847 óbitos previstos pela Unesco, com base nos números observados desde 1999.

A conclusão é da segunda etapa da pesquisa do órgão internacional, em parceria com os ministérios da Saúde e da Justiça, sobre o impacto do desarmamento no Brasil.

De acordo com o estudo, intitulado "Vidas Poupadas" e divulgado ontem, Curitiba foi a sétima capital com o maior número de homicídios por armas de fogo no ano passado. No total, a cidade teve 562 registros desse gênero – 250 no primeiro semestre e 312 no segundo. Ficou atrás apenas de São Paulo (2.947), Rio de Janeiro (2.557), Belo Horizonte (1.226), Recife (1.149), Salvador (873) e Brasília (600).

O número desse tipo de crime em Curitiba também ficou acima do previsto pela Unesco. A projeção do órgão das Nações Unidas era de que Curitiba alcançasse 534 homícidios – 5% a menos do que foi registrado.

A marca negativa observada também faz com que a cidade lidere o ranking de 2004 na Região Sul. Em Porto Alegre, o número de mortes dessa espécie ficou em 515, enquanto em Florianópolis o número alcançado foi de apenas 96. Os desempenhos tanto de Curitiba quanto de Porto Alegre – ao lado de Manaus (AM) e Boa Vista (AM) – foram considerados os mais fracos do país.

Discordância

Procurado pela reportagem, o secretário de Estado de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, não quis comentar o estudo. Por estar em viagem, ele ainda não havia avaliado o conteúdo, preferindo se manifestar somente na segunda-feira.

Já o delegado de Homicídios, da Polícia Civil, Luiz Alberto Cartaxo, discorda totalmente do estudo da Unesco. Para ele, a campanha de desarmamento comandada pelo governo do Estado desde o início do ano passado atingiu resultados bastante positivos. "Os números de Curitiba são preocupantes por causa do grande volume de investigações. Mas isso ocorre em todo o país", argumenta.

Segundo Cartaxo, a pesquisa não deveria focar exclusivamente no número de mortes causadas por armas de fogo, mas também na densidade demográfica das cidades. "O ideal seria trabalhar com proporcionalidade, pois há muitas cidades, como Curitiba, em que a população aumentou consideravelmente", ressalta.

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