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Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba | Divulgação/Grupo Jam
Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba| Foto: Divulgação/Grupo Jam

Monitoramento agradou a lojistas da Rua XV e da CIC

Atualmente existem apenas duas regiões em Curitiba que são monitoradas por câmeras de segurança. A primeira e pioneira foi a Rua XV de Novembro, no Centro. Em outubro de 2000, foram instaladas 14 câmeras que funcionam até os dias de hoje. O monitoramento de cerca de 700 metros do calçadão é feito pela Polícia Militar.

Seguindo o exemplo, há cinco meses o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Vila Vitória Régia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), também instalou dez câmeras de segurança na região. De acordo com o presidente do Conseg, Círio Gomes Ferreira, o sistema foi implantado com verbas arrecadadas pelos comerciantes e hoje funciona com a ajuda de moradores voluntários que monitoram as ruas e também um carro que faz o patrulhamento do local.

"Gastamos mais de R$ 100 mil para instalar o sistema de segurança e hoje temos uma manutenção mensal que custa R$ 9 mil. Ela é paga pelos empresários que estão contentes com os resultados", diz. Segundo Amauri Krailink, proprietário do mercado Milênio, que fica dentro da vila, os assaltos praticamente desapareceram. "Tenho o mercado há quatro anos e fui assaltado duas vezes antes da instalação das câmeras. Hoje acontecem apenas furtos pequenos, diferentes daqueles que ocorriam antigamente. Como também moro por aqui, fico tranqüilo para sair à noite porque não tenho mais medo de ser assaltado."

Na Rua XV, os lojistas também estão contentes com o resultado. "Hoje dificilmente você vai escutar alguém gritando ‘pega ladrão’", afirma a gerente da loja Camilo Jóias, Ingrid Baudisch. Para a gerente da loja Savina Modas, Juliana Fernandes, junto com o monitoramento outra questão que pesa na segurança é a presença de mais policiais na rua. "Uma vez ligamos para a sala de monitoramento comunicando sobre algumas pessoas suspeitas que estavam em frente à loja. Na hora eles localizaram o grupo pelas câmeras e pediram ajuda policial."

De acordo com Itamar dos Santos, secretário da Defesa Social, os casos de assaltos praticamente acabaram no calçadão. "Antes atendíamos em média 500 ocorrências por ano. Hoje são apenas 70, um número tolerável e muito bom por se tratar de uma região central."

Para tentar reduzir a criminalidade na região do Largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba, a prefeitura planeja instalar câmeras de segurança iguais às existentes no calçadão da Rua XV de Novembro. Um sistema com três câmeras irá monitorar, durante 24 horas, o que ocorre no corredor de cerca de 800 metros que vai da Praça Garibaldi à Igreja da Ordem. Os equipamentos seriam operados em uma parceria entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar.

Segundo o secretário municipal de Defesa Social, coronel Itamar dos Santos, as câmeras serão instaladas no segundo semestre de 2008, entre o bebedouro em frente da igreja e o Relógio das Flores. "Será uma ampliação do sistema de controle existente na Rua XV", disse. Ele informou ainda que será inaugurado nos próximos dias um posto avançado da Guarda Municipal no Largo, que funcionará 24 horas com cinco guardas por turno. Hoje a Guarda Municipal já faz ronda na região.

Além do Largo da Ordem, outras regiões de Curitiba poderão ser beneficiadas pelo sistema. O coronel Itamar disse que a intenção é colocar em operação 100 câmeras, todas em 2008.

A instalação de câmeras é uma tentativa de melhorar a imagem do Largo da Ordem, um dos cartões-postais da capital. A preocupação é porque o centro histórico é um dos pontos mais visitados por turistas, que encontram num raio de 800 metros arquitetura histórica, lojas especializadas, espaços culturais, bares e restaurantes, além da vida noturna. O largo tem ainda no seu corredor comércio, colégios e outras atividades, além da tradicional Feira do Artesanato, aos domingos.

Mas o ar cultural também atrai outras pessoas para a região, o que incomoda os comerciantes. O gramado e o banco do Relógio das Flores viraram ponto de encontro de hippies, que usam o espaço para fazer artesanato, descansar, namorar, lavar, estender e secar roupas. O problema é que alguns traficantes aproveitam o movimento para vender drogas a pessoas que circulam por lá, no sentido Alto do São Francisco.

A reportagem da Gazeta do Povo esteve lá na semana passada e viu usuários de drogas, à luz do dia, enrolando baseados (cigarros de maconha) nas imediações da escadaria das Ruínas do São Francisco. "Temos o melhor espaço da cidade – arquitetura e lazer, mas o turista está assustado com o tráfico e os pequenos furtos", afirmou um comerciante, que pediu anonimato.

Ele disse ainda que todo mundo sabe da venda de drogas. "Para disfarçar, eles queimam incenso com a maconha", lembrou. Para o coronel Itamar, o Largo da Ordem tem na verdade um tipo de comércio informal (de artezanato), mas que isso não é coisa de bandido.

Segundo o major Édson Hartmann de Oliveira, subcomandante do 12.º Batalhão da Polícia Militar (PM), houve redução de furtos e outros crimes no Largo da Ordem, mas é praticamente impossível zerar a criminalidade ali. "A PM tem uma viatura do projeto Povo na região, mas o entorno do Largo da Ordem é um ponto de hotéis de alta rotatividade, prostitutas e traficantes", lembrou. O policiamento foi reforçado na região desde o ano passado, depois que ladrões e até dois policiais militares foram flagrados pelas câmeras da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) furtando CD players de carros.

Segundo Alberico Ventura do Nascimento, presidente do Conselho de Segurança do Setor Histórico de Curitiba e vice-presidente da Associação de Comerciantes do Largo da Ordem, a situação melhorou muito após o reforço do policiamento e as rondas da Guarda Municipal. "Os furtos de CD player praticamente acabaram. Há ainda um foco de problema, mas a segurança está bem melhor", afirmou.

História

O Setor Histórico de Curitiba abriga o conjunto das mais antigas construções da cidade. Entre elas estão a Casa Romário Martins, do século 18, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, de 1737, e prédios inspirados na arquitetura alemã, erguidos na segunda metade do século 19. O setor foi criado por decreto municipal em 1971.

Além das câmeras, segundo o arquiteto Ariel Stelle, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), há um estudo para revitalizar a iluminação na região da Igreja da Ordem. Isto sem contar as intervenções urbanísticas e ações sociais, de segurança e culturais do projeto Marco Zero, que pretende revitalizar o Centro de Curitiba.

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