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O setor de emergência do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, passou o dia de ontem lotado de crianças com diarréia e vômito. A provável causa da movimentação é a mesma que fez a prefeitura de Mamborê (a 494 quilômetros a Oeste da capital) determinar a suspensão das aulas em todas as escolas da cidade nesta semana: rotavírus. Ao contrário da pequena cidade do interior, onde 90 crianças apareceram com a doença nos últimos 15 dias, Curitiba vive um aumento no número de casos, mas não um surto, informa a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Na semana passada, 540 crianças menores de 5 anos (faixa de maior incidência) foram atendidas nas unidades de saúde da capital com diarréia – no início de março, o número de atendimentos girava em torno de 380. "A rotavirose não é de notificação obrigatória. Mas dificilmente um caso de diarréia por rotavírus não passa por atendimento", diz a diretora do Centro de Epidemiologia da SMS, Karin Luhm.

Há duas formas de transmissão do rotavírus. Pela fecal, fezes de doentes acabam contaminando outra pessoas, por meio do contato das mãos, alimentos mal lavados, utensílios, água, entre outros. Outra forma possível de transmissão, segundo a médica infectologista do Pequeno Príncipe, Marina Assahide Kinoshita, é pelo ar e através de tosse e espirro. Ela considera alto o movimento de crianças com a doença nas últimas semanas no hospital. "Uma mãe que sai de casa às 7 horas para levar o filho para a emergência já encontra outras dez na fila", diz a médica.

Desde segunda-feira, a pequena Thaís Isabele Gagno, de um ano e oito meses, está internada no Pequeno Príncipe com sintomas de rotavírus. "Levamos no médico no domingo e ela recebeu uma injeção, mas não melhorou. Não havia o que parasse no estômago, nem água. Tiveram que internar por causa da desidratação", diz a mãe, Liriane Batista Gagno, de 34 anos. Outras 15 crianças estão internadas no hospital com o mesmo problema. A desidratação é a principal preocupação dos médicos em relação ao rotavírus. Se não adequadamente tratada, a criança pode morrer por falta de líquido no organismo.

Desde março, a vacina contra o rotavírus faz parte do esquema de vacinação pública. Crianças de até cinco meses vêm sendo vacinadas. De acordo com Karin Luhm, ainda é cedo para notar uma redução no número de casos. As crianças mais velhas também podem ser vacinadas, mas somente pela rede privada.

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