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O primeiro ano da gestão de Beto Richa à frente da Prefeitura de Curitiba termina com superávit de R$ 17 milhões. A notícia surpreende, principalmente se for lembrado que a atual gestão iniciou recebendo uma herança de R$ 54 milhões de déficit. Richa não critica abertamente o antecessor Cássio Taniguchi, mas não deixa de enumerar ações da gestão passada, da qual foi vice-prefeito, que o prejudicaram, como os R$ 28 milhões de antecipação do IPTU, que não puderam ser usados em 2005. Ou ainda os R$ 14 milhões em precatórios que deveriam ter sido pagos em 2004 e não foram, tendo sobrado para a atual administração honrar mais essa dívida.

Muitos contratos e licitações foram refeitos, para o bem das finanças do município. Dois exemplos: 1) A nova licitação de aluguel da frota de 1,1 mil veículos que serve a prefeitura proporcionou uma economia de meio milhão de reais por mês, ou R$ 6 milhões no ano - interessante é que a empresa é a mesma que já atendia a prefeitura no passado; 2) a mudança emergencial da empresa que administra o cartão transporte, sem ainda ter sido feita uma licitação definitiva, baixou os gastos de R$ 378 mil para R$ 205 mil, ou seja, uma economia mensal de R$ 173 mil, que pode ser ainda maior depois de feita a licitação. As duas ações economizaram para a população mais de R$ 8 milhões por ano.

"Não quero julgar ninguém", diz o prefeito Beto Richa, referindo-se à gestão passada que parece não ter tido os mesmos cuidados com licitações e de ter deixado dívidas e compromissos para ele honrar. No entanto, lembra que as atitudes feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Tive que pagar compromissos anteriores e os nossos também", afirma o atual prefeito, para quem a administração "não tem milagre, basta ter uma gestão austera".

Contas em dia

A gestão permitiu que Curitiba conseguisse junto ao Tribunal de Contas, pela primeira vez em cinco anos, a certidão atestando que está com as contas em dia. Também os gastos em Saúde e em Educação voltaram a obedecer a Constituição, ultrapassando os mínimos constitucionais de 15% e 25%, respectivamente. Em 2005 os investimentos próprios em Saúde ficaram em 187 milhões com recursos próprios, o que representa 17,92% das receitas próprias. Em Educação foram de R$ 292 milhões com recursos próprios, o que representa 26,18% das receitas.

O prefeito Beto Richa, olhando para o ano passado, considera que a gestão austera e o conseqüente sucesso orçamentário é a sua principal conquista no primeiro ano de governo. "Mais importante do que obras físicas é a postura pessoal e a atitude com ética e transparência", afirma. As obras ficaram para 2006. Em 2005, o prefeito comemorou também a regularização da situação previdenciária e o aumento de 6% para o funcionalismo municipal, ambos sem ter previsão orçamentária (que foi feita pela gestão passada).

Relações com Requião

Outra mudança em relação à gestão anterior é o bom relacionamento entre os governos municipal e estadual. Richa e Requião conseguem sentar à mesma mesa e até lançar obras em conjunto. O estado repassou R$ 60 milhões para a prefeitura, que deverão ser utilizados em obras de pavimentação asfáltica e para a criação de novo anel viário na cidade em 2006.

Richa e Requião não estão tão unidos a ponto de subir no mesmo palanque. Como 2006 é ano de eleição, a relação entre os dois pode esfriar? "Acredito que não vai ter mudança. Como o próprio Requião já disse, não subiremos no mesmo palanque, mas existe o respeito e a convivência administrativa", responde Richa.

As eleições

Beto Richa não sabe ainda em qual palanque vai subir em 2006 para as eleições para presidente e governador. Regionalmente, ele aguarda a definição sobre as coligações. Se a verticalização for mantida para as próximas eleições, o partido dele, o PSDB, deverá lançar candidatura própria, que pode ser a do senador Álvaro Dias. Caso sejam permitidas as coligações regionais independentes das alianças nacionais, o candidato pode ser Osmar Dias, senador pelo PDT e irmão de Álvaro. O prefeito, evita falar em preferências. "Ainda é cedo para definir um nome, até porque é preciso a definição da verticalização", diz.

A empolgação é maior quando o assunto é eleições para a Presidência. Richa tem o discurso pronto: "Temos que dar uma resposta às denúncias e às condutas antiéticas". Mas mesmo aí ele não sabe quem deve apoiar. Diz não ter preferência entre o prefeito de São Paulo, José Serra, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Por isso, defende que sejam realizadas prévias no PSDB. "Os dois são excelentes e a prévia deve sair para que o Serra não corra risco de deixar a prefeitura se não for o escolhido no partido. Pessoalmente, eu me dou bem com os dois".

Saúde em 2006

Caso Beto Richa pudesse escolher se dedicar a uma só área em 2006 para melhorá-la, ele já teria a resposta pronta: a Saúde. Pesquisas apontam que os habitantes de Curitiba têm duas preocupações principais, a Segurança e a Saúde. Como a Segurança é uma função mais estadual, a Saúde foi a escolhida. "No final de 2006, quando estarei na metade do meu mandato, eu vou ter cumprido todo o meu compromisso de governo, que tinha prometido na campanha, na área de Saúde", afirma. A promessa é a de construir ou ampliar 25 unidades de saúde.

Em 2005, foram construídas quatro novas unidades de saúde. Para 2006, a previsão é de mais 12 unidades básicas de saúde, três de unidades 24 horas e também de algumas novidades. Anexos a cada unidade de saúde 24 horas, o prefeito promete instalar unidades exclusivas para atendimento infantil. Também será construído um laboratório municipal e a implantação da US Mãe Curitibana.

A contratação de novos profissionais também é destaque no setor. No ano passado foram contratados 130 profissionais de saúde. O mesmo tanto será contratado também em 2006 e, segundo o prefeito, isso garante 30 mil consultas a mais por ano. De nada adianta contratar médicos se eles não comparecem ao trabalho, problema que foi constatado pela atual gestão. "Haverá maior rigor no acompanhamento e na fiscalização dos horários e da presença dos médicos. Em caso de ausência não justificada, o profissional será punido com rigor", garante o prefeito.

Leia o balanço oficial do ano de 2005 divulgado pela assessoria de Comunicação da Prefeitura de Curitiba

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