Curitibano morre nos EUA. Suspeita é de que tenha sido vítima de crime passional

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Atualizado em 03/05/2006 às 12h

Uma morte trágica fez com que o curitibano Augusto Kosien Júnior, 31 anos, virasse notícia em alguns veículos de comunicação nos Estados Unidos. Kosien morreu no dia 25 de maio e a suspeita é de que ele teria sido assassinado. Motivo do crime: ciúmes.

O curitibano morava em Newport, no estado de Kentuchy. Ele, que vivia há dez anos nos EUA, trabalhava há três em um restaurante local chamado Hoffrabrauhaus, uma choparia alemã.

Kosien ficou três dias internado com traumatismo craniano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em um hospital da cidade. Kosien teria recebido vários golpes na cabeça. O americano Troy Ruyten, 31, é o principal suspeito do crime.

O caso foi noticiado apenas na mídia local americana, como "Volunteer TV 8 (televisão)", pelo The Enquirer (impresso) e Cincinatti.com (internet), com foto do acusado estampada.

Em entrevista à Gazeta do Povo Online, o irmão do curitibano, Márcio Kosien, que também mora nos Estados Unidos, afirmou por telefone que Augusto estava tendo um relacionamento com uma colega de trabalho que seria de nacionalidade alemã, chamada Natalie Bowman, 20, e que Troy, o acusado, seria namorado dela, dado revelado somente após três encontros entre o brasileiro e a americana. "Natalie disse para Augusto que tinha um namorado que vivia em Dayton (Ohio) mas que eles já estavam terminando a relação", afirmou Márcio. Acreditando na promessa de Natalie, Augusto Kosien continuou saindo com ela.

No dia 21 de maio, um domingo, o casal foi jantar e no fim da noite ambos se encaminharam para o apartamento de Natalie, em Fort Mitchell, a fim de passarem a noite juntos. "Quando Troy chegou em casa, por volta das 5h30 da manhã, encontrou Natalie e meu irmão dormindo juntos em sua cama. Sem dar nenhuma chance ao meu irmão de defender-se, Troy o agrediu por diversas vezes", relata Márcio.

Segundo o irmão da vítima, na verdade Troy e Natalie moravam juntos no apartamento onde ocorreu o crime, mas Augusto Kosien não sabia desta informação. "Troy não morava em Dayton (distante 45 minutos), mas trabalhava lá, e eventualmente voltava para casa", diz. Naquele dia, por algum motivo, o acusado teria desconfiado da namorada e retornado para casa para conferir se a suspeita procedia.

Prisão

Troy chegou a ser preso, mas no dia seguinte o pai teria pago uma fiança de US$ 50 mil para a liberação do filho. Segundo Márcio, o acusado terá que se apresentar à Corte no dia 28 de junho. Pela lei do estado de Kentuchy, Troy deve ter a acusação diminuída por supostamente ter cometido um crime passional. "De acordo com a lei ele agiu em reação aos sentimentos que tem por Natalie, o que é um grande absurdo", comenta Márcio.

O irmão de Augusto conta que Natalie e Troy esperaram cerca de duas horas para decidir levar o brasileiro a um hospital. "A norma padrão nos EUA seria discar 911 imediatamente após qualquer tipo de acidente para aumentar as chances de sobrevivência da vitima", conta. Em média, segundo Márcio, uma resposta do serviço 911 nos EUA é de menos de cinco minutos para a chegada de uma ambulância. "Além de não terem chamado 911, Natalie tentou inocentar o namorado, mentindo para a polícia que um grupo havia entrado em sua casa e teriam batido em meu irmão", complementa.

Funeral

O corpo de Augusto Kosien Júnior será cremado nos EUA. Serão realizados dois funerais. "Como ele tinha seu coração dividido entre os EUA e o Brasil, foi decidido que seu corpo fosse cremado para que ele tenha dois funerais, um no dia 8 de junho nos EUA e outro em Curitiba, sem previsão de data. Agora vai depender da burocracia. Mas quero fazer isso antes de junho acabar", explica Márcio.

O pai da vítima, Augusto Kosien deve ir aos EUA acompanhar a primeira cerimônia na próxima semana. A reportagem da Gazeta do Povo Online ainda não conseguiu entrar em contato com ele. "Foi muito sofrido para ele, mas ele está forte. Está sendo mais difícil para a minha mãe, ela está muito abalada. Ela falou um dia antes do crime com o meu irmão, pelo telefone, e eles tinham planos", conta Márcio.

Augusto Kosien pensava em fazer uma visita a Curitiba antes de ir para a Copa do Mundo na Alemanha. Depois levaria a mãe, que é divorciada do pai, para morar com ele. A família dele mora em Santa Felicidade. Além de Márcio, o rapaz tem mais um casal de irmãos em Curitiba. Ele também deixou uma filha de nove anos, que mora nos Estados Unidos.

Augusto estava prestes a completar 32 anos, no dia 30 de maio, e planejava uma festa. Nesta quinta-feira, dia 1.º de junho, ele voltaria a ser comissário de bordo internacional (vôos Nova Iorque-São Paulo) da Delta Air Lines, após uma licença de três anos.