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São Paulo – Cerca de 3.500 pessoas participaram ontem em São Paulo do Grito dos Excluídos, convocado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em sua 13.ª edição, a manifestação promoveu um plebiscito contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, estatal vendida no governo de Fernando Henrique Cardoso. Houve protestos em várias cidades do país.

"É um plebiscito simbólico, para dizer que ‘não vale’ entregar o patrimônio nacional, porque seria muito difícil reestatizar a empresa", disse d. Pedro Luiz Stringhini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz.

Participaram militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), PSOL, PSTU, PCB e Partido Humanista. Depois de quatro quilômetros e duas horas e meia de caminhada, os manifestantes chegaram ao Parque do Ipiranga.

Em Aparecida, os cerca de mil manifestantes foram proibidos de realizar o plebiscito sobre a Vale no pátio do Santuário Nacional. "Por orientação do santuário não fizemos aqui. Eles disseram que não é um lugar de política e sim de religiosidade. Mas não entendemos assim. Para nós a fé está junto com a vida", informou o coordenador do Grito, Ari Alberti.

Em Belo Horizonte, cerca de 2 mil pessoas protestaram. Líderes do movimento criticaram a posição do presidente Lula contra o plebiscito. "É triste, porque é uma posição sob encomenda, para agradar à ideologia do mercado. Lula tem que parar de trair os pobres", disse o representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Minas, Frei Gilvander. Cerca de mil pessoas se reuniram no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, para protestar. O ato foi encerrado com uma cerimônia de partilha do pão.

Ao contrário dos anos anteriores, o Grito dos Excluídos foi realizado na periferia de Curitiba. O ato, do qual participaram cerca de 700 pessoas, segundo os manifestantes, foi realizado na reserva indígena Cambuí, na divisa com São José dos Pinhais. "Não pode haver independência enquanto houver tantos marginalizados", justificou Waldemar Simão Júnior, da Coordenação dos Movimentos Sociais.

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