De bem com o espelho

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Idade avançada não pode ser impedimento para uma aparência bem cuidada. Cabelos brancos assumidos ou meticulosamente tingidos, pele macia e hidratada ajudam a manter a autoestima em dia. Os primeiros sinais do envelhecimento afetam justamente o visual. Os cabelos perdem a cor – a chamada canície –, a pele cede e enruga, as unhas engrossam e deformam. Porém, alguns ajustes na rotina de beleza tornam a briga com o espelho menos injusta para quem corre contra o relógio.

Não é preciso usar todo o arsenal anti-idade disponível no mercado de estética para ser um velhinho bem apessoado. Vai da disposição de cada um em lidar com os percalços do envelhecimento em relação à aparência. Os cabelos brancos, por exemplo, não têm idade para aparecer. Por uma questão genética, podem começar a surgir muito antes dos 40 anos. "Comecei a pintar o cabelo muito jovem, já nos primeiros fios. Hoje não consigo ficar sem tintura. Tenho 100% de cabelos brancos, mas retoco a cor a cada 20 dias", conta a doceira Eliete de Oliveira, de 63 anos. A vaidade é de família. A mãe de Eliete, com 87, também pinta as madeixas.

A professora aposentada Ingelore Boehm, de 69 anos, abandonou a tintura há dez anos. "Tinha de retocar com muita frequência, e como não sei arrumar o cabelo em casa, dependia da cabeleireira." Mas assumir o branco total não significou desleixo com o visual. Ao contrário: usa xampu apropriado para garantir maciez e o tom prateado dos cabelos e faz questão de manter o corte em dia. "Meu cabelo sempre chama atenção. Me perguntam como eu o deixo tão bonito", orgulha-se. Com uma herança genética privilegiada, Ingelore ainda exibe uma pele macia e lisinha, hidratada desde a juventude.

As duas senhoras são fiéis a pequenas rotinas de beleza. Eliete não sai na rua sem um batom e, apesar da lida com as receitas de docinhos o dia to­­do na cozinha, mantém as unhas pintadas. "Gasto em média R$ 150 por mês no salão de beleza", conta. Mãe de quatro filhos, ensinou à neta de 13 anos a caprichar na aparência. "Inde­pendente da idade, a gente precisa se cuidar. Ajuda na autoestima e a gente se sente bem", diz.

Orientações

O cabelo branco – inimigo número um de nove entre dez vaidosos – é o resultado do fim da produção de melanina pelo organismo. A célula que produz o pigmento natural no couro cabeludo morre, deixando o cabelo nascer branco. O fio muda de textura, fica mais seco e espesso, "impenteável", como define a médica dermatologista Fabiane Mulinari Brenner, chefe do serviço de dermatologia do Hospital de Clínicas de Curitiba. O número de camadas aumenta, o que significa mais trabalho na hora de tingir também. "É preciso descascar mais o fio para que a tintura o cubra completamente. O processo é mais agressivo do que em um cabelo ainda com cor", explica a técnica Valéria Calixto, do Centro de Treina­mento da Keune.

Com ou sem tintura, as duas opções exigem cuidados. Quem opta por pintar precisa caprichar na hidratação, além de entregar o cabelo nas mãos de um profissional bem treinado, que vai fazer o procedimento que cubra os brancos e garanta a fixação da cor. "Quando possível, o ideal é esticar o intervalo entre os retoques, para não maltratar muito o fio", explica a mé­­dica Fabiane. Se a tintura é inevitável, sessões de hidratação são indispensáveis, pelo menos uma vez por semana. Dependendo da condição do fio, dá para fazer em casa, com uso de condicionadores sem enxágue. "O xampu é para lavar o couro cabeludo. Os fios são limpos com o condicionador", observa Fabiane.

Os branquinhos libertam da escravidão da tintura, mas nem por isso dispensam cuidados especiais. Abandonados à própria sorte, podem ficar ressecados e amarelados, efeitos causados pelo sol e pelo resíduo de produtos capilares. A indicação é usar xampus com pigmentação azul. Para dar o tom prateado, a frequência indicada é uma vez por semana. "Se for aplicado todos os dias, o cabelo vai ficar violeta", alerta Valéria.

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Interatividade

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