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- A recente perseguição às lideranças faxinalenses virou o estopim da bomba. De acordo com o coletivo Articulação Puxirão, dez comunidades no estado estão sendo pressionadas por grandes agricultores. Há também 15 líderes perseguidos pela pistolagem e um mártir, Antônio Novakoski, morto depois de levar um tiro no Faxinal do Emboque, em São Mateus do Sul.

- As famílias que formam um faxinal são donas da terra, mas não admitem cerca dividindo a propriedade. Ou pelo menos, não deveriam. A cerca tem um sentido simbólico e serve apenas para proteger o criadouro. Quem tem 10 ou quem tem 20 alqueires é faxinalense na mesma medida.

- Eis a questão. A legislação – cuja mentalidade é regida pela propriedade privada – é vara que não verga às leis do faxinal. Em miúdos, ninguém exige que alguém que tenha comprado terras numa área de faxinal respeite as regras da comunidade. Mesmo que ela exista há 200 anos.

- Por incrível que pareça, a cultura chacareira é das grandes inimigas dos faxinais. É comum gente da cidade levar para os faxinais a cultura do muro, do cachorro violento, do alarme e da cara feia com os vizinhos, minando aos poucos o que há de mais sagrado na vida faxinalense: a rotina solidária.

- Para evitar o naufrágio, parte dos faxinais paranaenses se organizou no movimento Puxirão – palavra que significa o mesmo que mutirão. A idéia, em gestação há dois anos, é criar formas de pressão para que todos os benefícios estendidos às comunidades tradicionais contemplem também os faxinais.

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