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Letrinhas miúdas e linguagem técnica são dois motivos que afastam o consumidor das informações do rótulo dos alimentos. Embora, de acordo com o Ministério da Saúde, 70% deles façam um esforço para entender o rótulo todo, mais da metade não compreende o significado do que lê.

"Observando o rótulo, o consumidor pode dar preferência a produtos que satisfaçam sua necessidade de nutrientes", diz Sila Mary Rodrigues, chefe do departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A rotulagem nutricional é obrigatória para todos os alimentos, com exceção dos que têm apenas um ingrediente (água mineral, vinagre e sal, por exemplo); alimentos prontos para consumo; in natura; fracionados (queijo e presunto) ou que sejam comercializados em embalagens com menos de 100 cm2 de área.

Além de auxiliar aqueles que estão preocupados em perder peso, possibilitando a escolha de alimentos com baixas calorias, as informações nutricionais são de extrema importância também para alguns grupos específicos, como os portadores de doença celíaca, diabéticos, hipertensos ou os intolerantes a lactose.

No caso dos diabéticos é preciso observar a presença de açúcar na composição do produto. Hábito que Maria Cecília Carreiro, presidente da Associação Paranaense do Diabético Juvenil, teve de incorporar. Ela descobriu que o filho Ricardo, hoje com 23 anos, era diabético quando ele tinha quatro anos. "Além do açúcar, o diabético tem de verificar também a quantidade de carboidratos, porque depois de ingeridos eles são metabolizados e se transformam em açúcar."

As letras miúdas não são a única dificuldade. Maria Cecília diz que alguns produtos não deixam claro a presença de açúcar. "Tem vezes que o produtos se intitula diet, mas quando você vai ver, contém açúcar mascavo. É muito complicado porque estamos falando de vidas humanas que dependem da informação correta."

Os que sofrem de doença celíaca também devem prestar muita atenção nos rótulos. A advertência de "contém glúten" é obrigatória para todos os alimentos que levam em sua composição trigo, aveia, cevada e centeio. Os hipertensos devem evitar alimentos com alta concentração de sódio. Quem tem colesteral alto deve basear a escolha no conteúdo de gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans.

A partir de agosto deste ano, todos os alimentos industrializados serão obrigados a informar a quantidade de gordura trans presente no produto. "Hoje, uma maneira de verificar se o alimento contém esse tipo de gordura, é checar se leva gordura hidrogenada.", aconselha Sila Mary.

Pegadinhas

Algumas "pegadinhas" complicam a vida dos leigos. As manobras dos fabricantes de tentar comparar a ingestão de determinada quantidade do produto com o valor nutricional de outro alimento; a atribuição de propriedades medicinais não certificadas ou ainda o destaque à presença ou ausência de componentes que sejam próprios do alimento são práticas consideradas enganadoras pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Um óleo vegetal, por exemplo, que tem no rótulo a informação de que não contém colesterol é uma enganação: nenhum óleo vegetal tem colesterol.

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