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Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar | Reprodução/Unesco
Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar| Foto: Reprodução/Unesco

A prefeitura de Curitiba começará no dia 15 deste mês a limitar o uso de estacionamentos públicos em quatro das ruas mais movimentadas do Centro da cidade. A idéia da Urbs, empresa que gerencia o sistema de transporte na capital, é restringir o uso de espaços do Estacionamento Regulamentado (EstaR) das 17 às 20 horas, nos dias de semana, para tentar melhorar o fluxo de veículos nas ruas Ângelo Sampaio, Brigadeiro Franco, Coronel Dulcídio e Desembargador Motta, onde são registrados congestionamentos nos fins de tarde. De acordo com a Urbs, todos os pontos previstos deverão estar sinalizados até o fim do ano.

A restrição ao uso de estacionamentos em vias públicas é uma das medidas que vêm sendo adotadas pela prefeitura para tentar solucionar os problemas de trânsito na cidade, cuja frota atingiu a marca de 1 milhão de veículos em julho deste ano. A decisão mais polêmica em relação ao assunto foi tomada em fevereiro do ano passado, quando a prefeitura limitou o estacionamento na Avenida Visconde de Guarapuava.

Por meio de sua assessoria, a Urbs informou que a medida será adotada de forma gradativa, de maneira que, do próximo dia 15 até o fim do ano, as quatro ruas estejam com o sistema implantado. Nas ruas em que o modelo for adota, no início, não serão aplicadas multas, pois haverá um período de no mínimo uma semana em que os agentes da Diretran estarão orientando os motoristas. Depois disso, quem utilizar um desses locais no horário proibido estará sujeito a multa de R$ 53,20 e poderá perder três pontos na Carteira Nacional de Habilitação. De acordo com a Urbs, não haverá risco de o veículo ser removido.

Vantagens

A medida pode trazer dois benefícios: liberar mais uma faixa para o tráfego e evitar que motoristas entrem em ruas movimentadas para procurar estacionamentos públicos. A informação de que a Urbs estudava novas restrições foi passada à reportagem da Gazeta do Povo no dia 20 de setembro pela diretora de Trânsito de Curitiba, Rosângela Battistella. "Mesmo quando a largura da via não proporcionar que se crie mais uma faixa, vai facilitar. Sem o estacionamento, as manobras vão deixar de existir", afirmou.

O professor de Direito do Trânsito e advogado Marcelo Araújo entende a necessidade de se limitar o uso dos estacionamentos em determinados horários, mas acha que a sinalização poderá confundir os motoristas. "É uma discussão relacionada à engenharia de tráfego. O Parque Barigüi, por exemplo, não tem problemas de fluxo durante a semana, mas no domingo, sim", comentou. Para Araújo, no entanto, horários diferenciados poderão criar dúvidas.

Opiniões

Quem está todos os dias nas ruas escolhidas pela Urbs tem opiniões diferentes. Dono de um bar na esquina entre as ruas Desembargador Motta e Dr. Pedrosa, no bairro Batel, o empresário Leandro Teixeira, 36 anos, disse que terá problemas. "Até concordo que no futuro tenham que liberar as ruas, mas a que preço? Matando os comerciantes?", questionou. Teixeira entrou com um recurso para tentar impedir o fim de outro estacionamento público na Rua Dr. Pedrosa, há cerca de dois anos.

Cuidadores de carros também ficaram preocupados com a medida. "Isso não resolve nada. A gente anda por aí e vê tudo engarrafado", comentou Valdecir Alves, 36 anos, que cuida de veículos na Desembargador Motta, entre a Dr. Pedrosa e a Visconde de Guarapuava. "Horário de pico é assim, só vai melhorar se tirarem os prédios e fizerem outra rua", opinou. Ivone Macedo dos Santos, 24 anos, que vende talões do Estar na Brigadeiro Franco, quase na esquina com a Emiliano Perneta, tem medo de perder o ganho diário. "Não sei o que vou fazer, porque esse horário é mais movimentado", disse.

A poucos metros dali, Rafael Aguiar, 19 anos, dono de um estacionamento particular, viu a iniciativa com bons olhos, já que os motoristas deverão utilizar o estabelecimento quando a medida começar a valer. "A Brigadeiro Franco é uma das piores ruas da cidade. Às vezes o motorista tem que esperar até três sinais verdes para avançar", afirmou.

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