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Delazari e o presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus: tempo contado para perguntas e respostas | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Delazari e o presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus: tempo contado para perguntas e respostas| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O secretário de Estado da Segu­rança Pública, Luiz Fernando Delazari, disse que a criminalidade é um "problema mundial" e no Paraná a situação não poderia ser diferente. Ao apresentar ontem na Assembleia Legislativa um longo relatório com dados estatísticos sobre a violência, Delazari afirmou que, apesar de o governo do estado ter dobrado os investimentos na área nos últimos sete anos, a criminalidade aumentou porque o tráfico de drogas e de armas vem crescendo nos últimos 15 anos.

A sessão começou às 14h30 e acabou depois das 21 horas. Dos 54 deputados, 26 se inscreveram para fazer perguntas. Segundo Delazari, o governo investiu R$ 6,3 bilhões nos últimos sete anos. De 1995 a 2002 foram R$ 3,3 bilhões. Em 2007 e 2008, o Paraná foi o estado que mais investiu em policiamento, só perdendo para São Paulo. Desde 2003, o secretário afirmou que foram contratados 6.421 policiais. Atualmente, o efetivo da Polícia Civil é de 4.355 homens. Também há 15.792 policiais militares. O governo está realizando um concurso público para a contratação de mais 2,5 mil policiais civis e militares, 500 só para a região metropolitana de Curitiba. Outros 800 policiais civis estão sendo contratados neste ano.

Embora o estado esteja investindo no efetivo, o secretário reconhece que não é suficiente. "Temos um efetivo razoável comparando com outros estados, mas a contratação de pessoal não é a saída para todos os problemas", afirmou. Ele fez a comparação com o Rio de Janeiro, que tem 37 mil policiais militares e 16 milhões de habitantes, enquanto o Paraná tem 11 milhões de habitantes e 17 mil policiais e oferece uma segurança melhor. "Se contratar efetivo fosse a solução, todos os governos fariam só isso para combater o crime", disse. A criminalidade, segundo Delazari, tem relação direta com a miséria e o desemprego, e políticas sociais são decisivas para ajudar no combate à violência.

Saída

As explicações não convenceram deputados de oposição, que defenderam a exoneração do secretário. "É como um time de futebol, quando está jogando mal, troca o técnico. Vossa Ex­­celência deveria se afastar da secretaria", sugeriu Valdir Ros­soni (PSDB).

O deputado criticou ainda a operação contra a criminalidade montada na segunda-feira pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Rossoni acusou o governo de realizar uma "cortina de fumaça" às vésperas da ida do secretário à Assembleia. Delazari rebateu afirmando que não houve farsa e que a acusação era leviana.

O deputado Douglas Fabrício (PPS) também defendeu a saída do secretário. Apesar dos números apresentados, ele disse que a segurança "vai mal" e a população está com medo de sair às ruas.

Outra queixa dos deputados é a sensação de insegurança da população. "O cidadão olha para o lado e não vê a presença do Estado. Não existe um único culpado, mas a falta de segurança recai sobre o responsável pela secretaria", disse Reni Pereira (PSB).

O secretário também recebeu reivindicações dos deputados. Antonio Belinati (PP) defendeu porte de arma aos agentes penitenciários, e Mauro Moraes (PMDB) co­­brou reajuste salarial aos policiais e criticou o corte de R$ 170 milhões para pessoal previsto no Orçamento da pasta em 2010.

A ida do secretário à Assembleia Legislativa ocorreu depois de várias tentativas da oposição de aprovar um requerimento convocando Delazari. Quando a bancada minoritária conseguiu as assinaturas necessárias para votar a convocação, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), intercedeu e convidou o secretário, que concordou em responder os questionamentos dos deputados.

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