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A delegada Márcia Rejane Marcondes, que responde interinamente pela delegacia de Campo Magro, de onde a presa Sueli Maria da Cruz administrava um hospital via internet, é titular, na verdade, da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. Além disso, ela também cobre férias em outras duas delegacias: Colombo (centro) e Almirante Tamandaré.

Somente para percorrer a distância entre Colombo e Campo Magro, Márcia leva cerca de uma hora. Durante a manhã, ela faz uma peregrinação entre os três municípios. No período da tarde, a delegada fica no Alto Maracanã, região que abrange quase 200 mil pessoas. No caso de Márcia, a maior parte das viagens é feita em seu próprio carro, porque a delegacia do Alto Maracanã possui somente cinco viaturas e uma está quebrada.

Na tarde de terça-feira, Márcia teve que resolver outro problema no Alto Maracanã antes de ir a Campo Magro solucionar a situação de Sueli. Os 39 presos da delegacia, que dividem um espaço onde deveriam estar apenas oito pessoas, fizeram um princípio de rebelião. Cinco deveriam ser transferidos, mas não aceitaram a mudança.

A delegacia do Alto Maracanã tem somente um espaço isolado para abrigar mulheres, adolescentes e presos de alto risco (que cometeram crimes sexuais). A meta é não deixar por muito tempo pessoas nesse local, porque não há como atender mulheres e adolescentes juntos, por exemplo. Dentro da cela, os homens se amontoam em um espaço de poucos metros quadrados e fazem redes improvisadas com lençóis para poder dormir. A preparação da refeição também é um malabarismo. As delegacias recebem R$ 2 por preso para alimentação e não têm verba para contratar cozinheiras. Na delegacia de Campo Magro, uma das presas fazia a comida.

Há 26 pessoas pessoas trabalhando na delegacia do Alto Maracanã. Desses, 8 são estagiários e há apenas dois policiais para cobrir cada plantão. Há um revezamento a cada turno com outros seis colegas.

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