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O delegado Luiz Antônio Zavattaro resolveu pegar pesado com bingos eletrônicos e caça-níqueis. Zavattaro conduz um inquérito que qualifica esse tipo de crime como contrabando, o que pode dar cadeia aos acusados. O crime de exploração de jogo de azar é normalmente entendido como uma contravenção, um crime menor em que o acusado geralmente paga uma multa.

Delegado-titular do 9º Distrito Policial de Curitiba, Zavattaro mudou os rumos de um inquérito iniciado no dia 7 de agosto. A Polícia Militar desativou um cassino na casa de Adelair Denise Kulik, 50 anos, no bairro Santo Inácio, área do 9º DP. Adelair assinou um termo circunstanciado e logo foi solta.

Cinco dias depois da PM entregar Adelair no 9º DP, Zavattaro assumiu o comando do inquérito. "Vou endurecer. Com o termo circunstanciado, os acusados pagam uma cesta básica e se recusam a entregar os chefes dessa quadrilha imensa, cujos tentáculos atingem a coisa pública", afirma.

Normas da Secretaria da Receita Federal e do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria Exterior impedem a importação das máquinas de apostas. "Se a perícia apontar que os componentes são importados, eis um claro caso 334 (artigo do Código Penal de contrabando e descaminho)". Para Zavattaro, é certo que há importação fraudulenta nesse caso.

O professor de Processo Penal da PUCPR Dean Fábio Bueno de Almeida apóia a postura do delegado. "O esforço dele é louvável. Desconheço delegados que façam isso em Curitiba", afirma Almeida. Segundo o especialista, é comum que a Polícia Federal encaminhe suas investigações desse caso como contrabando. "Geralmente, outros crimes orbitam ao redor das casas de apostas, como tráfico", pondera o professor.

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