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Funcionário fura pneus no autódromo de Londrina, para evitar acúmulo de água: especialistas alertam para o risco de uma epidemia de dengue hemorrágica em 2010 | Divaldo Moreira/Gazeta do Povo
Funcionário fura pneus no autódromo de Londrina, para evitar acúmulo de água: especialistas alertam para o risco de uma epidemia de dengue hemorrágica em 2010| Foto: Divaldo Moreira/Gazeta do Povo

Nas ruas

Com 13 casos suspeitos, Foz reforça prevenção

Além dos dois casos de dengue já identificados em Foz do Iguaçu, o Centro de Controle de Zoonoses aguarda os resultados de 13 suspeitos. Cerca de 60 agentes estão nas ruas reforçando o trabalho preventivo. Com índice de infestação médio de 3,8%, segundo a verificação feita ainda em novembro a pedido do Ministério da Saúde, o município está a um ponto de entrar para a lista das cidades com maior risco de epidemia.

O próximo Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) nacional está agendado para fevereiro e, de acordo com o supervisor do combate à dengue em Foz, Jean Rios, a expectativa é que os índices fiquem abaixo dos de novembro, quando foi feita a última verificação. "Ainda em 2009 concluímos os trabalhos de vistoria e orientação nos bairros onde foram detectados os maiores problemas. Agora estamos atuando nas regiões vizinhas."

Entre os 20 municípios com o maior Índice de Infestação Predial (IIP) em novembro, 11 estavam no Noroeste do estado. Em Maringá, a situação é de alerta: a taxa subiu de 1,9% para 3,8% na última semana. Em alguns bairros, chega a 13,5%.

Em Londrina, a principal preocupação é com o autódromo, onde o acúmulo de pneus é um foco para a proliferação dos mosquitos. "Os pneus têm de ser furados. E 90% deles são furados, mas na hora em que os carros batem neles, acabam virando", diz a gerente da Vigilância Sanitária na cidade, Denise Nunes. Em 2009, 92 casos foram registrados na cidade.

O último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) indica uma redução de 10,34% no número total de casos confirmados em 2008 e 2009. No ano passado, foram contabilizados 893 registros da doença, sendo 771 contraídos no próprio estado, contra 827 no ano anterior. Para 2010, espe­cialistas alertam que há grandes ris­­cos de uma possível epidemia de dengue hemorrágica, já que três variações do vírus estão presentes no Paraná.

Colaboraram Marcus Ayres, do Jornal de Maringá, e Fábio Luporini, do Jornal de Londrina

Foz do Iguaçu - As autoridades sanitárias que atuam na fronteira com o Paraguai e a Argentina programam para a próxima semana uma reunião com representantes dos dois países para traçar um plano de combate à dengue e de controle da doença. O avanço da dengue nos países vizinhos e a ameaça de uma epidemia transnacional colocaram a região em alerta e a prevenção deve ser reforçada com trabalhos coordenados e de cooperação com o Brasil. Em Foz do Iguaçu, o Centro de Controle de Zoonoses já identificou dois casos positivos.

Segundo a diretora da 9.ª Re­­gional de Saúde, Anice Nagib Gaz­zaoui, a preocupação com a situação epidemiológica dos vizinhos é constante. "Para certas epidemias não existe fronteira. A proximidade com países onde nem sempre existe um controle rigoroso e as falhas nas ações são comuns e nos deixam à mercê", afirma. "Apesar de isoladas, as medidas adotadas pela Secretaria de Saúde têm evitado que a dengue atinja a região, mas ainda não sabemos qual a real situa­ção no Paraguai e na Argentina."

Anice aponta a necessidade de um protocolo comum para os três países como alternativa no combate a uma série de doenças como a dengue, febre amarela e a Influen­za A (H1N1). "Poderíamos uniformizar as ações de controle e as preventivas, estabelecendo também um canal de comunicação constante", diz, acrescentando que as barreiras diplomáticas ainda são os principais obstáculos para a cooperação e a troca de informações.

Alerta amarelo

Com 30 casos confirmados no estado de Misiones, que faz divisa com o Paraná e Santa Catarina, o Ministério da Saúde da Argentina declarou em sua página na internet que a região está sob alerta amarelo para a dengue. Outro motivo de preocupação são os altos índices de infestação do Aedes aegypti em alguns municípios. Em Puerto Iguazú, agentes de saúde encontraram larvas do mosquito em 17% dos 305 domicílios vistoriados.

A partir da próxima semana, equipes percorrerão os bairros para alertar a população sobre os perigos da doença e orientar sobre a necessidade de se eliminar os criadouros do mosquito. Outra medida reivindicada junto ao Minis­tério da Saúde, adiantou o subsecretário de Saúde de Misio­nes, Jorge Deschutter, é possibilitar que os resultados dos exames laboratoriais estejam prontos em no máximo 48 horas.

No Paraguai, até o início da semana haviam sido confirmados 165 casos da doença, a maioria na capital Assunção e na região de Ciudad del Este e Presidente Franco. Somados, os registros nas duas cidades fronteiriças somam 15 confirmações e 90 suspeitas. A exemplo da Argentina, equipes coordenadas pelo Serviço Nacional de Erradicação do Empaludismo (Senepa) estão promovendo arrastões de limpeza nas cidades mais afetadas.

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