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A denúncia de ontem de manhã dizia tratar-se de uma moto roubada, mas qual não foi a surpresa da Polícia Militar ao sair meia hora depois da Vila Guarani, em Colombo, com o camburão lotado e um pequeno arsenal nas mãos. O saldo dessa chamada anônima foram cinco presos, um quilo de cocaína, 2.274 pedras de crack, uma metralhadora, uma pistola Taurus 9mm, um revólver calibre 38, um colete à prova de balas, cinco celulares e farta munição. Meia hora também foi o tempo que levou para chegar à Delegacia do Alto Maracanã o advogado da quadrilha, esta com uma estreita ligação com o crime organizado de São Paulo.

A surpresa não foi só da PM. O grupo havia escondido a droga e o armamento no forro da casa e não teve tempo de revidar a ação policial. Três foram pegos no quarto e dois escondidos no forro, quando tentavam fugir. Ao final da operação, por volta das 10h30, já eram quatro as viaturas e oito os policiais militares cercando a residência alugada por um dos integrantes da quadrilha em Colomgo, na região metropolitana de Curitiba. A motocicleta que originou a denúncia anônima sequer tinha registro de furto. "É desta forma, com a participação da sociedade, que a polícia tem conseguido desarticular muitas quadrilhas", diz o tenente Julian Bayer Gonçalves.

Não só a quantidade de drogas denuncia o profissionalismo desta quadrilha presa ontem. Dos cinco celulares apreendidos, dois são de operadoras de São Paulo, o que evidencia a ramificação com organizações criminosas do estado vizinho. O armamento apreendido só é encontrado com grupos bem estruturados, segundo a Polícia Militar. A metralhadora, uma Ingra 380 milímetros, teve seu carregador de 15 tiros adaptado para ter o dobro da potência original. Um dos presos, Roberto Carlos Sales Marques, de 35 anos, é foragido da Justiça em São Paulo, onde cumpria pena por roubo e tráfico de drogas.

Para fugir do flagrante, outros dois integrantes do grupo argumentam ser dependentes químicos. Jean Wuzcik, 25 anos, e Valcir de Araújo, 31 anos, disseram à polícia que estavam na casa apenas para comprar drogas. Duas mulheres, também presas, alegam ser garotas de programa, e só estariam fazendo companhia para os homens. A Polícia Militar descarta essa possibilidade, já que Luciane do Rocio Batista, 27 anos, e Rosângela Castelani dos Santos, 34, têm cômodos próprios na residência. Todos serão indiciados por porte ilegal de armas, tráfico de drogas e formação de quadrilha.

Contratado de última hora, por telefone, o advogado Degamar Hernandes diz que agora os clientes vão tentar provar a veracidade da história. Segundo Hernandes – que diz ter sido encontrado pelo grupo graças à placa "Advocacia 24 horas" em frente ao seu escritório –, dois deles até já pediram um exame toxicológico para comprovar a condição de dependente químico. Assim, a responsabilidade pelas drogas e armas deve recair sobre apenas um deles, possivelmente o fugitivo Roberto Carlos. A Polícia Militar acredita que a cocaína abasteceria o bairro Cajuru, em Curitiba, e as pedras de crack seriam divididas entre Colombo e o Bairro Alto, este também na capital.

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