São Paulo O senador Alfredo Nascimento (PR-AM), que tem audiência hoje, às 18h30, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na expectativa da confirmação de seu nome para ocupar novamente o Ministério dos Transportes, é assunto de reportagem da revista IstoÉ desta semana, que destaca o seu envolvimento em três denúncias de corrupção. A revista ressalta que a presença de Nascimento no governo "poderá ser uma enorme dor de cabeça para o presidente (Lula) e um prato cheio para a oposição".
Na semana passada, o deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB-PR) abriu mão da indicação do seu partido para ocupar o Ministério da Agricultura após constrangimento causado ao presidente Lula pelas informações de que ele estava sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter forjado documentação para obter empréstimo do Banco do Brasil.
Segundo a revista, Nascimento é acusado na Justiça Eleitoral amazonense "de falsificar documentos fiscais, comprar votos e ter cometido o crime de abuso do poder econômico na campanha". A segunda acusação, que a revista atribui a relatos ouvidos por líderes da oposição, deputados teriam sido "sondados para se filiar ao PR, por Alfredo ou seus emissários, em troca de cargos e liberação de verbas administradas pelo Ministério dos Transportes, prática que aponta para a existência de um segundo mensalão".
Por fim, a revista acrescenta que a volta de Nascimento traria "as irregularidades constatadas em uma das mais polêmicas séries de obras do governo Lula, a Operação Tapa-Buracos". Duas das três denúncias contra Nascimento têm origem em processos movidos por adversários de Nascimento na política amazonense. É o caso do ex-governador Gilberto Mestrinho, do PMDB, que o acusa de ter usado um CNPJ falso no início da disputa eleitoral. Nascimento defende-se dizendo que são acusações típicas de adversários derrotados, mas a revista informa que há um terceiro processo, movido pelo Ministério Público Eleitoral, no qual o ex-ministro é acusado de "captação ilícita de sufrágio", ou seja: compra de votos.
O líder do PR na Câmara, Luciano Castro, saiu em defesa de Nascimento e de sua indicação para o Ministério dos Transportes: "Acho que o presidente tem confiança total no ministro Alfredo Nascimento, conhece seu trabalho e sua honestidade. O partido nem pensa nessa hipótese (de Lula mudar de idéia) . Ele (Nascimento) passou dois anos no Ministério dos Transportes. Se ele tivesse cometido alguma irregularidade, isso teria estourado na campanha de Lula."
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