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Mesmo ciente das denúncias de irregularidades nos presídios federais de Catanduvas (PR), e de Campo Grande, o diretor do Departamento Peniten­­ciário Nacional (Depen), Augus­­to Rossini, tentou proteger o ex-diretor de Políticas Peniten­­ciárias Alexandre Cabanas. Em 12 de dezembro, Rossini enviou ao diretor-geral da Polícia Fe­­deral, Leandro Daiello, um ofício em que tece elogios ao ex-auxiliar.

O ex-diretor de Políticas Pe­­nitenciárias é um dos principais investigados em processo sobre a compra das plataformas de inteligência. A suspeita é que câmeras e microfones usados para o sistema de vigilância dos dois presídios mais importantes do país são de origem duvidosa e teriam sido contrabandeadas do Paraguai. Em Ca­­tanduvas e Campo Grande estão os bandidos mais perigosos do país, muitos deles chefes de facções do crime organizado do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Cabanas deixou a diretoria de Políticas Penitenciárias em 9 de dezembro, logo depois que as denúncias de irregularidades em Catanduvas e Campo Gran­­de foram levadas ao gabinete do ministro da Justiça, José Eduar­­do Cardozo. Três dias depois, Rossini escreveu um ofício ao diretor da PF com rasgados elogios ao ex-braço direito.

Cabanas coordenou a compra dos equipamentos. Uma comissão especial, que tem en­­tre seus integrantes um delegado e um agente penitenciário federal, deverá apurar denúncias de que as câmeras teriam sido compradas por R$ 600 mil no Paraguai. Há a suspeita ainda de que a empresa Vigilância e Segurança Patrimonial, contratada para instalar a plataforma de inteligência, apresentou atestado de capacidade técnica falso. O Depen também teria comprado mais câmeras que o necessário.

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