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Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Curitiba – Depois de sete meses de caos nos aeroportos de todo o país, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados vai tentar explicar a partir desta quinta-feira as razões para tantos problemas e identificar os responsáveis. A criação da CPI foi determinada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 25 de abril.

O sistema aéreo brasileiro funcionava bem até o fim de setembro do ano passado. Ou pelo menos era a impressão que tinham os passageiros. No dia 29, um Boeing 737-800 da Gol se chocou com um jato Legacy quando seguia de Manaus para o Rio de Janeiro. O jato conseguiu pousar. Já o Boeing caiu numa área de mata fechada em Mato Grosso. Os 154 ocupantes morreram.

O maior acidente aéreo do país trouxe à tona um problema que vinha sendo contornado. Os controladores de tráfego aéreo são poucos para o volume de trabalho.

Num primeiro momento, recaiu sobre o controle do tráfego aéreo a culpa pela queda do avião da Gol. Com isso, profissionais foram afastados para que fossem realizadas as investigações. Ao mesmo tempo, os controladores passaram a adotar os parâmetros internacionais de segurança e trabalhar conforme sua capacidade. Foi aí que teve início a seqüência de atrasos nos vôos em todo o país.

No dia 12 de abril, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, disse que cerca de 500 controladores de tráfego aéreo, entre civis e militares, estarão aptos para atuar até o fim deste ano. A declaração foi feita durante audiência pública no Senado para discutir a crise aérea. Para ele, os controladores têm boas condições de trabalho – muitos, porém, reclamam da sobrecarga e das condições. O comandante afirmou aos parlamentares que, atualmente, os profissionais têm uma jornada de trabalho de oito horas diárias, com duas horas de descanso. De acordo com ele, o limite de horas trabalhadas por mês é de 156.

Mas o problema não se resume aos controladores de tráfego aéreo. Nos últimos sete meses, problemas de infra-estrutura mostraram a fragilidade dos aeroportos brasileiros.

O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo, o Cindacta-2, em Curitiba, que é responsável por toda a Região Sul, não passou ileso por esta crise. No dia 19 de outubro do ano passado, um problema nos computadores provocou o atraso de 97 vôos no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Os radares ficaram fora de operação por cerca de duas horas.

No mês seguinte, também no dia 19, uma tempestade no fim de semana provocou o rompimento de um cabo de fibra ótica no Cindacta-2. Com o sistema fora do ar, mais da metade dos pousos e decolagens sofreram atrasos durante dois dias.

Já em janeiro deste ano, o sistema de rádio-comunicação do Cindacta-2 ficou fora do ar por mais de duas horas. Durante três dias, os problemas nos aeroportos do Sul do país se refletiram em outros terminais do país.

Agora, às vésperas da instalação da CPI, só resta à oposição decidir qual será o principal foco das investigações.

O DEM (ex-PFL) quer que a CPI investigue, inicialmente, supostas irregularidade na Infraero.

O PSDB prefere adotar uma postura mais cautelosa, sem a convocação imediata de integrantes da estatal.

"A pior bobagem é querer transformar de cara a CPI em um embate entre governo e oposição", afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Carlos Pannunzio (SP).

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