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O deputado Manuel Duca (Pros) afirmou em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará, na última sexta-feira (7), que o radialista Gleydson Carvalho, assassinado um dia antes, “não valia nada”.

Conhecido como Amigão, o radialista foi morto na quinta-feira (6) na cidade de Camocim (a 270 km de Fortaleza) quando apresentava, ao vivo, seu programa na rádio Liberdade FM.

Dois suspeitos foram presos na zona rural do município, mas alegaram inocência à polícia.

Duca, que estava presidindo a sessão, fez a declaração após um aparte no discurso do deputado Ely Aguiar (PSDC), que lamentava a morte do radialista.

“Com todo respeito a você, Ely, mas era coisa muito ruim esse homem. Com todo respeito, esse aí não valia nada”, afirmou o deputado, que é conhecido como Duquinha.

Procurado, o deputado reafirmou suas declarações, dizendo que o radialista -conhecido por denunciar irregularidades de políticos da região- não tinha bom caráter”.

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“Era um radialista que respondia a processos e, por isso, fiz esse comentário. Ele passou por várias cidades, inclusive a minha, e não era bem visto”, afirmou.

Ao ser questionado pela reportagem sobre a crítica feita um dia depois do assassinato do radialista, Duquinha ironizou: “Não entendi a pergunta. Depois que morre vira santo?”

Carvalho trabalhou na rádio Acaraú FM, sediada na cidade de mesmo nome e que é o principal reduto político de Manoel Duca. O político foi duas vezes prefeito da cidade, sendo o último mandato entre 2005 e 2008.

O deputado, contudo, negou que tivesse qualquer problema pessoal ou rixa com o radialista.

Investigações

A Polícia Civil do Ceará continua investigando o assassinato do radialista e tenta identificar o mandante do crime.

Segundo a polícia, quatro pessoas participaram do assassinato. Dois suspeitos foram presos e, na ação, os policiais apreenderam armas, cartões de memória, dinheiro, além de uma foto do radialista. As roupas que teriam sido usadas no dia do crime foram apreendidas na casa e reconhecidas por testemunhas.

A polícia ainda tenta encontrar outros dois suspeitos, identificados apenas como Tiago e Baixinho.

Segundo o delegado Hebert Silva, responsável pela investigação, os suspeitos receberam R$ 1.800 para cometer o crime, que teria sido planejado.

Nos dias anteriores ao assassinado, alugaram um quarto num pequeno hotel em frente à sede da rádio para acompanhar o dia a dia do radialista e de funcionários da emissora. Para entrar na sede da rádio, fingiram interesse em fazer um anúncio.

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