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O deputado federal Sandro Alex de Oliveira (PPS-PR), que preside a Frente Parlamentar de Combates aos Crimes na Internet, disse que vai convocar o presidente da Google no Brasil para prestar explicações na Câmara dos Deputados sobre os crimes praticados na rede mundial de computador.

O caso de um estupro coletivo contra uma adolescente de 14 anos praticado em Cascavel, no Oeste, foi a gota d’água para que o deputado tomasse a decisão de convocar a empresa. A garota foi estuprada por cinco jovens que filmaram o abuso e postaram o vídeo do crime na internet. As imagens ficaram cinco dias no ar e foram retiradas após a PF solicitar o Google, empresa dona do YouTube, que retirasse o conteúdo. Para ele, o Google foi solidário ao crime."Não é possível que um crime hediondo fique impune", afirma o deputado. Para ele, o Google também é responsável pela veiculação do vídeo. "Essa empresa é solidária ao crime, de alguma forma ela cometeu um crime", avalia.

Nesta quarta-feira, ocorreu na Câmara dos Deputados um seminário sobre cidadania e segurança digital. Um dos convidados foi o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Polícia Civil do Paraná. Ele apresentou um vídeo de cinco minutos com crimes praticados na internet e que ainda estão no ar.

Na terça-feira (23), Sandro Alex esteve com o diretor-geral da PF (Polícia Federal) e pediu que o caso de Cascavel seja investigado com rigor. A PF tem condições técnicas de identificar com rapidez o local onde os crimes cibernéticos são cometidos, mas a retirada de conteúdos criminosos da rede quase sempre depende de uma ação judicial.

O deputado reclama da dificuldade para obter informações e documentos do Google que, em muitos casos, remete os pedidos para a sede da empresa nos Estados Unidos. "O grande problema é que a internet parece ser uma terra sem lei. O Brasil não pode mais ser refém de bandidos escondidos atrás de um computador", afirma.

Segundo o deputado, o Paraná é um dos estados com maior incidência de crimes cibernéticos. O deputado lembra que em 2007 um estudante universitário que constantemente sofria de bullyng no Orkut teria sido induzido a cometer suicídio em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A pressão psicológica contra o garoto que começou a ser chamado de homossexual e pedófilo em uma comunidade denominada de "No escuro Ponta Grossa" foi tão grande que ele passou a postar mensagens dizendo que iria se matar.

O estudante cometeu suicídio na garagem de sua casa ao inalar monóxido de carbono. O corpo do rapaz foi encontrado dentro de seu carro. O modo como o estudante se matou era sugerido num dos tópicos da comunidade virtual. Ninguém foi punido. Google não comenta

O Google informou que não comenta casos específicos e diz que não é o responsável pela criação ou intenção dos conteúdos publicados. "O Google oferece uma plataforma tecnológica sobre a qual milhões de pessoas criam e compartilham seus próprios conteúdos. O uso indevido dessa liberdade é punido com a remoção dos conteúdos ilegais identificados. O Google não exerce controle prévio sobre os conteúdos criados pelos usuários, mas sim oferece ferramentas para que a própria comunidade de usuários reporte os abusos dos termos de serviço", disse por meio de nota.

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