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Trecho de conversa entre Youssef (“Primo”) e Argôlo (“LA”) consta em um dos processos da Lava Jato | Reprodução
Trecho de conversa entre Youssef (“Primo”) e Argôlo (“LA”) consta em um dos processos da Lava Jato| Foto: Reprodução

Uma troca de mensagens entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) de outubro do ano passado, interceptada pela Polícia Federal, cita o deputado Fernando Francischini, líder do Solidariedade na Câmara e um dos membros mais ativos da CPMI que investiga a Petrobras. Francischini nega conhecimento do esquema e diz que está processando Argôlo pelo "uso indevido" de seu nome.

Em 8 de outubro de 2013, "LA" (codinome de Argôlo, segundo a PF) diz para "Primo" (Youssef): "Francisquine (sic) fica na lid (liderança) fazendo o papel combinado com a gente e eu farei com 1 vice-líder o encaminhamento em prol do Gov e do Palácio."

No dia seguinte, Argôlo pergunta para Youssef: "Vc acha que devo pegar a vice lide (vice-liderança) ou a Comissão do orçamento?? (sic)."

O doleiro responde: "Pega a vice-liderança porque esse cara não vai estar tempo todo aí assim você tem mais controle sobre ele e vai estar tempo todo com governo comissão de orçamento eh muito boa mais acho que em outro momento nesse tem que estar perto do governo (sic)."

Argôlo foi vice-líder do Solidariedade até 16 de maio, quando perdeu o cargo pelas denúncias de envolvimento com o doleiro. Naquele dia a Folha de S. Paulo publicou uma parte da conversa, citando a orientação de Youssef para o deputado se aproximar do governo.

A PF interceptou 1,4 mil mensagens trocadas entre Youssef e Argôlo, que estão sob sigilo. O trecho que cita Francischini foi anexado em um recurso de um dos processos da Lava Jato nesta semana.

Francischini afirma que não tinha conhecimento da conversa. "O Argôlo já se retratou pra mim". O deputado afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando o processo que ele iniciou por causa da citação. "Eu sou o algoz dele [Argôlo], e não muito amigo, como ele achava."

No fim de outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o parecer pela cassação de Argôlo. Segundo Francischini, se a cassação sair, Argôlo será "automaticamente" expulso do partido.

A assessoria de Argôlo afirma que ele não se manifesta sobre o assunto até um posicionamento do Ministério Público Federal (MPF).

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