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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Brasília – Ao menos dois em cada três deputados federais paranaenses é contra a mudança do sistema eleitoral brasileiro para a lista fechada – na qual o eleitor vota no partido e não no candidato. O posicionamento é um termômetro das demais da Câmara, que busca adaptações para a proposta. A rebelião de vários parlamentares de legendas que antes defendiam a alteração fez com que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), suspendesse a discussão até a próxima terça-feira, quando os líderes partidários devem sugerir uma solução alternativa.

A decisão sobre a lista fechada emperrou a votação da reforma política, que deveria ter começado na quarta-feira e agora pode se estender até julho. Depois dela, seriam colocadas em pauta as propostas de financiamento público de campanhas e a fidelidade partidária. Por enquanto, há consenso apenas sobre a aprovação desse último item.

A Gazeta do Povo ouviu ontem as opiniões de 28 dos 30 deputados federais paranaenses sobre as três propostas – apenas Aírton Roveda (PR), em licença médica, e Hermes Parcianello (PMDB), em viagem, não foram encontrados. Somente oito são favoráveis à lista fechada no atual formato, nas quais as legendas teriam total autonomia para elaborar as relações com os candidatos que seriam eleitos para as câmaras municipais, estaduais e federal. Mesmo entre eles, Osmar Serraglio (PMDB) e Ângelo Vanhoni (PT) disseram que votariam a favor da idéia, mas preferem algumas alterações.

Vanhoni defende uma tese das "listas flexíveis", nas quais o eleitor votaria inicialmente no partido e, depois, escolheria entre os candidatos da relação elaborada pelo partido aquele que gostaria que fosse eleito em primeiro lugar. Por enquanto, ela parece ser a única que poderia agradar à maioria. "Quero a lista, mas que o eleitor possa escolher a ordem dos candidatos de sua preferência dentro do partido", explica.

"É um hipocrisia dizer que a lista fechada atrapalha o direito do eleitor escolher", afirma André Vargas (PT). Segundo ele, se os petistas do estado estivessem escolhido por convenção quais seriam os nomes na lista de candidatos, não haveria alterações entre os atuais eleitos na Câmara. "Deveríamos agir como no futebol: torcermos para um time e não para um jogador."

Único totalmente favorável à lista fechada dentro do PMDB, Max Rosenmann diz que há um excesso de conservadorismo no Congresso. Segundo ele, a eleição por "chapas" parece ser mais familiar à sociedade do que aos políticos. "Isso é bem fácil de provar. É só ver como são feitos os pleitos em condomínios, sindicatos, clubes, associações", justifica.

Entre os paranaenses contrários à proposta, 10 afirmam que a condução da reforma política é superficial. Encabeça a lista Gustavo Fruet (PSDB). "Do jeito que está, passamos à discussão apenas de uma reforma eleitoral e não política. Deveríamos entrar nos pontos mais importantes, como o voto distrital misto", diz o tucano.

Na mesma linha segue Luiz Carlos Setim. Ele é o único membro do DEM paranaense que está contra a lista fechada, embora o partido seja o principal articulador pela aprovação da proposta. "Deixando tudo na mão do partido, praticamente se impediria a renovação da bancada."

Financiamento

A discordância sobre o financiamento público de campanha é menor. Quinze dos parlamentares paranaenses entrevistados são contra e 13 favoráveis, embora a aprovação de uma idéia esteja ligada à outra. Segundo a proposta atual, o dinheiro seria repassado aos partidos e não diretamente aos candidatos.

"O financiamento público é a oportunidade de acabar com o toma-lá-da-cá entre políticos e a iniciativa privada", argumenta Alceni Guerra (DEM). Por outro lado, Fernando Giacobo (PR) alega que essa será uma injustiça com a população. "Há gente que não tem o que comer e nós vamos dar dinheiro para fazer política?", diz.

O único paranaense contrário à aprovação da proposta de fidelidade partidária de no mínimo três anos é Odílio Balbinotti (PMDB). Ele estava em viagem e respondeu às questões via assessoria de imprensa.

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