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Ao todo, 22 pessoas morreram no desmoronamento do edifício Liberdade, no Centro da cidade, e de outros dois imóveis contíguos | Juca Varella/Folhapress
Ao todo, 22 pessoas morreram no desmoronamento do edifício Liberdade, no Centro da cidade, e de outros dois imóveis contíguos| Foto: Juca Varella/Folhapress

Doze de junho. No Dia dos Namorados mais marcante de sua história, a veterinária Michele Barbosa, 33 anos, não poderia ter recebido um presente mais amargo — porém, necessário: a certidão de óbito de seu marido por morte presumida. Hoje, Michele já pode se considerar viúva do analista de sistemas Marcelo Rebello, uma das cinco vítimas do desabamento do edifício Liberdade, no Rio de Janeiro, que não tiveram os corpos encontrados.

A tragédia, que completa seis meses na próxima terça-feira, faz ainda sua filha de 6 anos chorar toda vez que vê uma família completa, com pai, mãe e filhos, passeando em algum lugar do Rio. Ao todo, 22 pessoas morreram no desmoronamento do prédio e de outros dois edifícios contíguos, considerado criminoso pela Polícia Federal, que investigou o caso e já enviou relatório à Justiça Federal.

Michele esteve na semana passada em frente ao local do desabamento, na Avenida Treze de Maio, no Centro, e reencontrou outros dois parentes de vítimas desaparecidas. Foi um encontro doloroso. O contador Roberto Flaviano, 64 anos, marido da vítima Ana Cristina da Silveira, de 51, relações públicas, diz que "a ficha ainda não caiu". Michele lamenta a falta de assistência das autoridades e diz que está pagando seu tratamento psicológico.

Já o comerciante Manoel Bastone, 62 anos, tio da vítima Yokania Bastone Mauro, 37 anos, lamenta não terem achado o corpo da sobrinha. Para a Polícia Federal, uma obra irregular que estava sendo feita pela TO no 9.° andar do Liberdade foi a causa do desabamento.

A Associação das Vítimas da Treze de Maio antecipou uma nota que divulgará para lembrar o desabamento. Nela, critica o governo do estado por não prestar assistência aos trabalhadores dos prédios. Segundo a associação, o empréstimo que o governo se comprometeu a fazer para ajudar as empresas a se reestruturarem, e não demitirem seus funcionários, ainda não saiu. A Secretaria Estadual de Planejamento diz que o dinheiro ainda não foi pago porque apenas seis das 17 empresas listadas pela entidade apresentaram a documentação bancária necessária para a tomada de empréstimos, "que podem extrapolar o valor inicial de R$ 10 milhões".

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