O brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, concedeu uma entrevista coletiva, na noite desta quarta-feira (3), na sede do Cindacta 3, no Recife, onde está concentrada a coordenação do trabalho de busca e resgate dos destroços do voo 447 da Air France.
"Neste terceiro dia de buscas, o avanço maior do trabalho foi termos a certeza de que a aeronave teve um acidente na posição que estava sendo calculada, o que foi reforçado com as descobertas dos destroços. Essa é a parte mais importante, é o que as famílias esperam", disse o militar.
O brigadeiro Cardoso explicou por que os destroços ainda não foram recolhidos: "Não estamos dando prioridade à coleta, porque a busca dos corpos é mais importante, neste momento. Hoje foi um dia onde nós tivemos uma área bastante grande coberta pelas aeronaves envolvidas, mas infelizmente não foram encontrados corpos, que é a nossa prioridade maior".
De acordo com o militar, a área vasculhada até agora alcança 170 mil quilômetros quadrados, maior do que o território de Pernambuco. Os aviões estão voando a uma altura de 300m, para facilitar a procura e a visualização de destroços. Quando forem recolhidos, esses destroços serão levados pelos navios da Marinha para Fernando de Noronha e, posteriormente, para o Recife.
"Todos os pedaços que forem coletados serão trazidos para Recife, para ficar à disposição da França, na investigação. A análise do que aconteceu com o avião será bastante complexa e a França terá que usar seus especialistas para chegar a essa conclusão. Hoje, com as informações que temos aqui, não é possível dizer como aconteceu o acidente", explicou o brigadeiro.
Na madrugada desta quinta-feira (4), as aeronaves designadas para as buscas decolam por volta das 3h da manhã, para chegar às proximidades de São Pedro e São Paulo ao amanhecer. "Esse rochedo fica a 1.200 quilômetros do Recife, é mais ou menos a distância entre o Rio e Brasília. É por isso que estamos posicionando helicópteros em Noronha, para ajudar no resgate dos destroços e de possíveis sobreviventes", disse o brigadeiro Cardoso. "Nós não estabelecemos prazo de permanência nem para as aeronaves nem para os navios. Enquanto houver necessiade, ficaremos lá", assegurou.
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