Longo caminho
Os estudos para a implantação do modal já se arrastam por mais de uma década. Acompanhe:
2002 O Ippuc contrata estudos e projetos de engenharia para construção do metrô ao custo de R$ 6,9 milhões.
2007 Prefeitura inicia os estudos de viabilidade técnica e financeira. O trabalho foi desenvolvido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que já apontava a necessidade de implantação de uma linha Norte-Sul.
2009 O Consórcio Novo Modal vence a licitação para a execução dos estudos básicos que resultaram no atual projeto do metrô.
2010 Consórcio entrega o projeto ao Ippuc, que previa a construção do metrô em duas etapas independentes. A primeira num trecho de 14,2 quilômetros.
2012 O projeto do metrô curitibano é aprovado pelo governo federal, que confirmou o aporte de R$ 1 bilhão e deu sinal verde para o início do processo licitatório.
2013 Prefeitura decide rever o projeto. Estudo elaborado pelo Consórcio Triunfo Participações e Investimentos S. A. prevê mudanças: na primeira etapa, um trecho de 17,5 quilômetros. Na segunda, 4,5 quilômetros. Proposta também retirou cinco estações do projeto inicial.
2013 O governo federal aumentou seu aporte à obra: 1,8 bilhão. Estado e município também aumentam suas contrapartidas, como forma de viabilizar o projeto.
A pesquisa
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 704 pessoas entre os dias 15 e 18 de dezembro de 2013. A amostra atinge um grau de confiança de 95%, com uma margem de erro estimada de 4%.
14 estações estão previstas para serem construídas na fase inicial da Linha Azul, a primeira parte do projeto. O trecho de 17,5 km irá ligar a CIC ao Cabral.
R$ 4,6 bilhões é o valor total da Linha Azul. A verba foi garantida em outubro de 2013, em um acordo entre prefeitura, estado e União.
Na próxima semana, a prefeitura de Curitiba dará um passo importante para começar a implantar a primeira linha de metrô da cidade: o processo de consultas públicas da minuta e dos anexos do edital de licitação terá início. A expectativa é de que o edital seja lançado já em fevereiro e que as obras comecem no segundo semestre. No entanto, apesar do planejamento e de contar com o apoio do curitibano, a maioria da população demonstra desconfiança de que o projeto vá mesmo sair do papel.
Pesquisa inédita realizada pelo instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo revela que 54,17% dos curitibanos não acreditam que, de fato, o metrô será construído. Se tivessem poder de decisão, quase 72% dos entrevistados prefeririam investir o dinheiro a ser gasto na obra em outra área principalmente em saúde (39,53%) e em educação (10,08%).
Apesar das incertezas, a pesquisa aponta que quase 70% da população concordam com a construção do metrô. O apoio aumenta conforme avança o grau de escolaridade do entrevistado. Entre os curitibanos que completaram o ensino superior, por exemplo, a aprovação à obra atingiu 73,79%. Em relação à renda, as pessoas que se mostraram menos entusiasmadas com a implantação do modal foram as que integram a classe C com 66,25% de aprovação. Nas outras camadas, o índice permaneceu acima dos 70%.
Cronograma
No dia 9 de janeiro, a prefeitura inicia o processo de consultas públicas. A minuta do edital e os anexos que estão em fase de elaboração serão disponibilizados no site www.curitiba.pr.gov.br. Na semana seguinte, a prefeitura realiza a única audiência pública, para ouvir a população sobre o processo.
"Vamos ouvir a sociedade, os interessados. Em seguida, recolhemos todas as propostas e sugestões e vamos para o texto final. A ideia é que no final de fevereiro o edital esteja à disposição", disse o secretário municipal de Planejamento, Fábio Scatolin.
A obra será executada por meio de parceria público-privada (PPP). Os termos do edital só serão divulgados na próxima semana, mas, por enquanto, sabe-se que deve vencer a licitação o grupo que fixar a proposta que viabilize uma passagem mais barata. "Aquele que apresentar a menor tarifa técnica, ganha", resume Scatolin. O grupo poderá explorar a concessão da linha por 30 anos.
O trecho a ser construído corresponde à primeira parte da Linha Azul, entre a CIC e o terminal do Cabral. Segundo estudo técnico realizado Consórcio Triunfo Participações e Investimentos S. A., nessa fase serão 14 estações em uma extensão de 17,5 quilômetros. A etapa custará R$ 4,6 bilhões, garantidos em outubro, em um acordo entre prefeitura, estado e União. A intenção é que, em uma segunda etapa, a linha se estenda até o terminal do Santa Cândida.
Verba deve ser liberada até março deste ano
A Secretaria Municipal do Planejamento e Gestão espera que a verba que vai custear a implantação da primeira fase do metrô curitibano seja liberada oficialmente entre o fim de fevereiro e o início de março. O município já encaminhou o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira (EVTE) aos ministérios das Cidades e do Planejamento. O documento é uma exigência para que a verba seja destinada à obra.
"Desde dezembro, quando apresentamos o EVTE aos ministérios, o processo avançou muito. Eles [os ministérios] querem a minuta do edital, querem acompanhar este processo. Acredito que em fevereiro a liberação já deve ser publicada no Diário Oficial da União", disse o secretário Fábio Scatolin. "No segundo semestre, já poderemos ter a montagem de canteiros, começando a obra efetivamente", completou.
Os R$ 4,6 bilhões serão repartidos da seguinte forma: a União destinará R$ 1,8 bilhão, a fundo perdido (sem necessidade de pagamento) e concederá R$ 1,4 bilhão em empréstimos (R$ 700 milhões para o município e R$ 700 milhões para o estado). Outros R$ 1,4 bilhão advirão da iniciativa privada, por meio de investimentos do grupo que vencer a licitação.
Além de desejar empregar o dinheiro da construção do metrô em outras áreas, o curitibano também está mal informado em relação aos custos da obra. A pesquisa demonstrou que 80% dos entrevistados não sabem quanto será gasto na implantação do modal subterrâneo. Dos 20% que afirmaram saber o custo de execução da obra, apenas 5,57% assinalaram a opção correta: que o metrô prevê gastos entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões. A maioria quase 10% chutou acima do valor orçado.
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