Altônia Um helicóptero chegou ontem e outro deve chegar hoje para auxiliar no combate ao incêndio que desde sábado está destruindo o Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul. A esperança de conter o fogo ontem era um aceiro (derrubada da mata ao redor do incêndio para impedir a propagação das chamas) improvisado perto da Lagoa Jatobá, no município de Altônia, mas o vento forte fez as chamas atingirem o outro lado e o fogo seguiu incontrolável em direção aos municípios de São Jorge do Patrocínio e Alto Paraíso, na parte norte da ilha.
No meio da tarde, uma equipe de técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobrevoou a área atingida pelo fogo. Segundo Valdir Balan, chefe-regional do IAP em Umuarama, o cordão de fogo cruza praticamente toda a Ilha Grande, chegando a oito quilômetros de largura em alguns trechos. O rastro de destruição já passa de 20 quilômetros de extensão. Balan diz que somente uma ação da natureza, a chuva por exemplo, poderia ajudar a apagar o fogo, mas, segundo o Simepar, não há previsão de chuva até o próximo sábado na região.
Além do helicóptero que chegou ontem e já começou a despejar água sobre o fogo, dois tratores foram levados de balsa até a ilha. Eles serão utilizados para a formação de outro aceiro, mas os técnicos ainda buscavam ontem um local de solo mais firme para cortar a vegetação.
A Ilha Grande é a maior do arquipélago com cerca de 50 mil hectares. A direção do parque não soube precisar em hectares a área destruída até agora, mas adiantou que está cada vez mais difícil conter o fogo, em função dos locais de difícil acesso.
José Carlos Baraldi, funcionário da prefeitura de São Jorge do Patrocínio, disse ontem que os bombeiros e voluntários passaram dois dias preparando o aceiro perto da Lagoa Jatobá, mas foi tudo em vão. "O fogo chegou ontem à tarde, bem na hora do vento forte e conseguiu transpor o aceiro", afirmou. Na avaliação dele, agora há pouco a fazer. A única forma de combate possível é a aérea, já que a fumaça impede o acesso dos bombeiros às chamas para fazer abafamento. Ele adiantou que, em alguns trechos da ilha, o brejo chega a encobrir uma pessoa. Mesmo contra o vento, outra linha de fogo seguia lentamente ontem na direção sul (Guaíra).
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