Episódios tratam de problemas de comportamento, como bater nos colegas e jogar videogame o tempo todo| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Oportunidade

Treinamento para trabalhar com episódios é gratuito

Um curso de capacitação de professores para o uso de desenhos animados educativos em sala de aula está em andamento em Londrina desde março. Participam do treinamento 55 profissionais de 15 instituições de ensino municipais. Outra turma será aberta, desta vez em uma edição de capacitação mais curta. É uma oportunidade para aprender como montar um plano de trabalho com os vídeos e repercutir o conteúdo abordado com os estudantes.

As inscrições seguem até 31 de maio. Todo o treinamento é gratuito e cada participante receberá dois livros ilustrados e dois DVDs educativos. A prioridade, segundo a organização, é para profissionais que atuem diretamente com crianças ou adolescentes. As aulas serão ministradas nos dias 16 de agosto e 1º de novembro.

Na primeira edição da capacitação, realizada em 2011, houve a participação de cerca de 200 educadores, de 33 cidades. Inscrições e mais informações sobre o projeto podem ser obtidas através do www.uel.br/eventos/desenhosanimados.

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Havia uma menina que sempre falava gritando, fazia uma algazarra sem fim. Isso acontecia na escola, em sala de aula ou ainda durante o lanche, no recreio. Se pedissem que ela se calasse, o silêncio durava só alguns minutos. No enredo, que integra uma animação trabalhada com crianças, o incômodo causado pela personagem se torna um desafio para a "Super Di". O aparecimento da heroína infantil na tela é a oportunidade para que professores discutam com os alunos o comportamento apresentado e alternativas para um bom convívio social.

Vídeo: Confira o vídeo educativo

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A proposta faz parte do projeto "Desenhos Animados Educativos", desenvolvido em Londrina por meio de uma par­ceria entre a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e o projeto social Galera de Deus Escola de Valores. Pre­mia­dos internacionalmente, os episódios foram criados pe­la pesquisadora mexica­na Marie Leiner; pela Texas Tech University Health Sciences, dos Estados Unidos; por El Co­legio de Chihuahua; e pela Universidad Autonoma de Cuidad Juarez, ambos do Mé­xi­co. As produções começaram a ser usadas em abril com crianças atendidas em cen­tros municipais de educação infantil de Londrina e em atividades do próprio Galera de Deus.

De acordo com a psicólo­ga Maria Luiza Marinho Casa­nova, professora da UEL, o objetivo é prevenir problemas de comportamento. "Os desenhos têm um ‘pé’ de realidade. Não são como os outros. Não têm coisas mágicas, mas consequên­cias para o que a criança faz", explica.

Os episódios, desenvolvidos originalmente em inglês e espanhol, passaram por um processo de edição, adaptação e dublagem para o português. As ações foram feitas pela UEL, que também obteve financiamento do Ministério da Educação para a produção de cópias e distribuição para educadores. A tiragem inclui mil livros e mil DVDs. Cerca de R$ 50 mil foram investidos na iniciativa.

O projeto conta com 20 episódios que tratam de problemas como bater nos colegas e jogar videogames o tempo todo. Após a história, há um intervalo para que o educador extraia das crianças sugestões para resolver a questão. "Ao final, elas veem como é importante serem corretas e os benefícios que isso pode trazer, como ter mais amigos e sentir orgulho de si mesmas", diz Maria Luiza.

Ferramenta para discutir valores

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Aluna da Escola Municipal Roberto Pereira Panico, em Londrina, Maria Fernanda de Freitas, 5 anos, se diverte com os personagens dos desenhos animados educativos apresentados para a turma. Em uma das histórias, o menino desobediente não parava de falar e, por não prestar atenção no que a professora dizia, perdeu a hora do lanche e um passeio no zoológico. O jeito foi ter paciência para conseguir acompanhar os demais. "Gostei de ver como ele obedeceu no final", comenta a menina.

Para a professora Aline Guilherme Maciel, as animações são uma ferramenta para trabalhar no dia a dia questões com as quais o educador não costuma ter material concreto para lidar. Os alunos gostam tanto que pedem para que a produção seja repetida antes de refletirem sobre o que viram e apontar soluções. "O professor fala muito sobre valores, mas nem sempre tem como mostrar exemplos para os alunos. Os episódios facilitam bastante esse processo", afirma.