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Desgastado pelo crescente apoio da população ao movimento dos bombeiros por reajuste salarial, o governador Sérgio Cabral decidiu sair de cena. Além de entregar a negociação com os grevistas ao novo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, Cabral tem evitado o assunto e nesta quarta-feira (8) faltou a um encontro com empresários organizado pela Petrobrás, na sede da Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Depois de uma hora de espera, os convidados se irritaram com a informação de que o governador não estaria presente. A assessoria de imprensa alegou "problemas na agenda interna". Na agenda de Cabral de amanhã, está prevista uma viagem a São Paulo para o lançamento da versão em português do Guia Verde Michelin Rio de Janeiro.

Na noite de segunda-feira, 6, em reunião com secretários e deputados estaduais, Cabral foi alertado por seu estrategista de comunicação Renato Pereira de que a reação do governador no fim de semana, quando determinou a prisão de 439 bombeiros que invadiram o quartel central do Corpo de Bombeiros e chamou os manifestantes de "vândalos", não seria bem recebida pela população e poderia causar danos à imagem do governo.

Políticos aliados do governador também detectaram que a população vê uma atitude intransigente do governo, embora reconheça a radicalização dos bombeiros. Alguns colaboradores chegaram a sugerir que Cabral suspendesse a prisão da grande maioria dos manifestantes e mantivesse presos apenas os líderes. O governador, no entanto, argumentou que não voltaria atrás na decisão e não cederia aos rebeldes. O governador disse que era "fácil" dar opinião. "Quero ver sentar na minha cadeira, com a responsabilidade que eu tenho", respondeu.

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