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A desigualdade de renda pode aumentar a probabilidade de depressão emocional, em particular entre as pessoas que vivem em áreas urbanas – provavelmente porque as diferenças econômicas e sociais são mais perceptíveis –, de acordo com estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado ontem. O trabalho também mostra que o nível de renda, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país, não afeta a probabilidade de desenvolver o distúrbio.

O documento aponta a possibilidade de cidadãos de um país serem mais propensos à depressão do que habitantes dos Estados Unidos. "Os pesquisadores usaram os EUA como referência devido à ampla disponibilidade de dados e pesquisas nesse país", explica o BID, em comunicado.

Cidadãos da Etiópia, Coreia do Sul e Bolívia têm a mais alta probabilidade de serem deprimidos do que pessoas que vivem nos Estados Unidos, enquanto cidadãos da Mauritânia, Albânia e Holanda são os que apresentam menor probabilidade. O Brasil aparece em último nessa lista, depois de Camarões, Reino Unido e Argentina. Trinta e dois países não apresentaram diferenças significativas em relação aos EUA.

Segundo o levantamento do BID, a probabilidade de depressão diminui quando a porcentagem de pessoas religiosas na população total é elevada, efeito que pode ter compensado a desigualdade econômica e social. Entre 14 países desiguais, pelo menos oito apresentavam elevada porcentagem de pessoas que seguem alguma religião. Esse é o caso de Honduras, Panamá, Níger, Senegal, Jamaica, Uganda, Brasil e Moçambique.

O estudo analisou dados da Pesquisa de Opinião Pública Gallup 2007 para 93 países e foi escrito por Natalia Melgar e Máximo Rossi, economistas da Universidad de la República, do Uruguai. O documento faz parte do projeto de pesquisa em andamento do BID sobre qualidade de vida na América Latina e Caribe. A depressão é uma das doenças mentais mais difundidas no mundo. Transtornos mentais podem custar até 4% do PIB, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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