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Dois dias depois de ser registrada denúncia sobre os desligamentos indevidos de chaves da rede elétrica da Copel em Curitiba, as investigações ainda não começaram. O motivo é a indefinição quanto à delegacia que vai cuidar do caso. O boletim de ocorrência foi registrado no 1.º Distrito Policial, mas a instauração de inquérito só deverá ser feita por uma delegacia especializada ainda a ser definida.

Os primeiros problemas na rede da Copel foram registrados por volta das 18h30 de terça e se seguiram até as 2 horas de quarta-feira. Foram desligadas 37 chaves de energia elétrica em diferentes pontos da cidade, deixando no escuro por aproximadamente 40 minutos dez bairros da cidade: Água Verde, Capão Raso, Fazendinha, Campo Comprido, Mossunguê, Santa Felicidade, Tanguá, Barreirinha, Pilarzinho e Cidade Industrial.

A manobra foi tachada pela Copel como "criminosa e de vandalismo". Isso porque foi constatado que os equipamentos da rede elétrica, protegidos e de difícil manipulação, foram operados de forma criminosa por pessoas com conhecimento do sistema. Segundo a assessoria de imprensa da Copel, operações desta ordem não são comuns na história da empresa. "O vandalismo na rede elétrica em si é corriqueiro, porque ela esta exposta a terceiros. Mas os registros dizem respeito, por exemplo, a objetos jogados na fiação elétrica e não sobre equipamentos desligados indevidamente", informou a empresa. Uma questão ainda sem explicação é sobre o acesso às chaves de energia elétrica – normalmente elas ficam no topo dos postes de luz, lacradas em uma caixa protetora.

A interferência na rede elétrica aconteceu um dia antes de uma possível negociação entre a Copel e os eletricistas que estão em greve há 10 dias. Em nota divulgada à imprensa, o presidente da empresa, Rubens Ghilardi, afirma que "os atos criminosos praticados ultrapassam os limites do bom senso e, por isso, a Copel pede à categoria, como condição essencial para retomar qualquer negociação, a imediata suspensão da greve como precaução para evitar transtornos aos consumidores." Hoje, dos 1,8 mil eletricistas contratados em todo o estado, 25% estão parados. De todas as cidades do Paraná, apenas três continuam trabalhando normalmente: Cascavel, Ponta Grossa e Cornélio Procópio.

Para o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), Vilmar Alves, o apagão prejudicou as negociações. "Como havia a possibilidade de entramos num acordo ainda na quarta-feira, não teríamos nenhum interesse em que houvessem atos de vandalismo como estes", afirmou. Ontem, os eletricitários de Curitiba continuaram mobilizados em frente à sede da Copel do bairro Santa Quitéria. "Queremos um voto de confiança da empresa para prosseguirmos nas negociações. Não pretendemos acabar com a greve sem uma proposta", enfatizou Vilmar. Os eletricitários pedem o retorno do pagamento fixo referente ao salário de motorista, função que também é exercida por eles.

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