Desmatamento na Amazônia cai 82%

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O desmatamento na Amazônia Legal caiu 82% entre agosto e dezembro de 2008 em relação a igual período do ano anterior. O levantamento foi realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e apresentado ontem pelo Ministério do Meio Ambiente.

Segundo a Agência Brasil, o monitoramento registrou 635 quilômetros quadrados de desmate entre os meses pesquisados, contra 3.433 km2 no mesmo intervalo em 2007. Em novembro de 2008, os satélites do Imazon detectaram 61 km2 de desmatamento na Amazônia Legal, área 94% menor do que a registrada em 2007. O tamanho da devastação no mês passado caiu e chegou a 50 km2, redução de 27% em relação a dezembro do ano anterior.

Os pesquisadores do Imazon creditaram a redução à crise econômica a queda no desmatamento. Já o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, atribuiu o resultado às ações do governo e disse que ainda não houve impacto da crise, cujo efeito maior será em abril.

Segundo Minc, há uma relação entre a queda no preço dos produtos agropecuários no mercado internacional, que despencaram a partir de outubro, e a queda no desmatamento. Esse feito, no entanto, tem uma defasagem.

"Precisamos aproveitar a crise, que cria dificuldades para o desmatamento, para criar alternativas econômicas para a Amazônia", sugere. "Tomara que o ministro da Fazenda possa falar sobre a Amazônia."

Ele afirmou que a diminuição foi significativa e apontou a resolução do Banco Central, de julho do ano passado, restringindo crédito àqueles que não estão com a situação ambiental regular como ator principal nesse resultado. Outra medida governamental que teve impacto na diminuição das áreas de floresta destruídas, segundo Minc, foi o decreto do presidente Lula que possibilitou a os leilões de "boi-pirata" e de madeira ilegal.

Segundo Adalberto Veríssimo, do Imazon, o desmatamento esperado para este ano é menor do que o ocorrido no ano passado (11.968 km2). Ele estima que a área devastada em 2009 seja inferior a 10 mil km2. O menor patamar até hoje foi verificado em 1991, após o Plano Collor – cerca de 11 mil km2.