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Ilustrações: Felipe Lima |
Ilustrações: Felipe Lima| Foto:

Atitudes como deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes, deixar na tomada eletrodomésticos que não estão sendo utilizados e jogar fora grande quantidade de sobras de comida são cenas cotidianas na casa de muitos brasileiros.

Esse desperdício, que segundo cálculos da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) leva 1/3 dos alimentos para o lixo, poderia ser reduzido com a ajuda da tecnologia e da adoção de novos hábitos pelas pessoas e pelas indústrias.

Recentemente, na Inglaterra, a companhia de varejo Marks & Spencers decidiu adotar medidas para aumentar a vida dos morangos na geladeira do consumidor: a empresa adicionou um saquinho com uma mistura de argila e outros minerais na parte de baixo da embalagem, que absorvem o etileno, gás responsável pelo amadurecimento das frutas, atrasando a formação de mofo.

Outra tecnologia não tão nova, mas pouco disseminada, e que auxiliaria contra o desperdício de energia, são as placas solares. Ainda pouco encontradas devido ao alto custo, segundo Patrícia Sottoriva, professora de Engenharia Ambiental da Pon­­tifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), elas barateariam se houvesse maior procura pelos consumidores.

Reutilizar

Para quem quer economizar água, seja em casa ou em condomínios, as cisternas são bem eficazes. Elas fazem a coleta da água da chuva para fins como descarga, lavação de calçadas e irrigação de jardins. De acordo com o engenheiro ambiental e coordenador do curso de En­­genharia Ambiental do Centro Univer­­sitário Fae Tiago Luis Haus, o reaproveitamento da água é essencial. "Além de se reutilizar a água da máquina de roupa para o jardim e calçadas, a coleta externa da chuva pode ajudar e ter um fim mais nobre utilizando, para isso, pastilhas de cloro para desinfecção", explica.

Planejamento

Segundo os especialistas, as tecnologias não trabalham sozinhas para acabar com o desperdício. A professora Patrícia Sot­­toriva assinala que as pessoas deveriam se preocupar em gerar menos resíduos fazendo um planejamento. Para ela e para a professora de Engenharia Química da UFPR Regina Weinschutz o maior nível de desperdício entre os brasileiros se dá em relação aos resíduos orgânicos. "Além de ser gasto muito além do necessário, o reaproveitamento de alimentos é bai­­xo", diz Regina.

Água sob controle

A coleta de água da chuva através de cisternas diminui o desperdício e ajuda a reduzir alagamentos e inundações. Com o reservatório, a água potável da casa pode ser direcionada somente para alimentação e higiene: consumo, lavagem de frutas e verduras e banhos.

A colocação de pedais que acionam a água no lugar de torneiras nas cozinhas também ajuda bastante. O me­­canismo é utilizado em hospitais, mas serve pa­­ra reduzir o gasto no uso doméstico: com o controle, seria possível reduzir a quantidade de água enquanto se lava louças, liberando as duas mãos para a atividade.

As soluções mais simples não devems er esquecidas. Mantenha as torneiras bem fechadas para evitar gotejamento e reduza o tempo de banho, um dos maiores vilões do desperdício.

Faça menos lixo

Apesar de ser uma grande arma contra o desperdício de resíduos, a coleta seletiva de lixo não é a única. Há outras maneiras de contribuir com o meio ambiente: um exemplo é observar atentamente as embalagens dos produtos na hora da compra. É importante optar pelas que são biodegradáveis ou por produtos que não tenham vários tipos de embalagens diferentes, o que aumenta o número de resíduos produzidos.

Reutilizar também é im­­portante. Utilize recipientes que sobraram e que po­­dem ser lavados, principalmente os de vidro, que são mais fáceis de reciclar do que plástico.

As sacolas plásticas também devem ser trocadas pelas retornáveis. Segun­­do dados do Instituto Akatu de Consumo Cons­­ciente, o saco plástico chega a 40% das embalagens jogadas fora e demoram cerca de 400 anos para se decompor.

Compra planejada

Para evitar o desperdício de alimentos, a palavra de ordem é planejamento. Otimize as compras sabendo não apenas o que falta, mas também o que já existe na sua dispensa, reduzindo compras desnecessárias.

Frutas e verduras devem ser comprados em poucas quantidades e para consumo imediato ou a curto prazo, evitando que estraguem e sejam jogados no lixo. Não desperdice talos ou cascas, ricos em nu­­trientes. Tente reaproveitá-los em novas receitas.

Os resíduos orgânicos também podem ser usados para compostagem. Os condomínios mais modernos contam com estruturas domiciliares automatizadas. É um custo, mas tem vários benefícios, pois reutiliza os resíduos orgânicos e não gasta muita energia. Além disso, ela tem um sistema de revolvimento e ninguém precisa mexer nela.

Desplugar é legal

Para diminuir a conta de luz, trocar as lâmpadas de casa por lâmpadas de LED são uma opção. O grande problema é o preço, ainda muito maior que o de outras lâmpadas. A longo prazo, vale a pena, pois elas gastam menos energia e duram mais.

O chuveiro elétrico também é campeão de gastos. Prepare a rede do chuveiro para 220 volts que, apesar da potência igual a chuveiros de 110 volts, é mais econômico.

Outras dicas são desligar os aparelhos da parede enquanto eles não estão sendo utilizados, porque mesmo em stand-by há uso de energia, como carregadores de celular. Desligar os eletrodomésticos também evita que eles estraguem.

Também deve-se dar preferência aos produtos com conceito A no selo Procel de Eco­­nomia de Energia, dado pelo Programa Nacional de Conser­­vação de Energia Elétrica (Procel), que gastam menos.

Minimize a poluição

No trânsito, o impacto ambiental pode ser reduzido pelo planejamento das pessoas. Diminuir a emissão de gás carbônico depende da escolha pelo consumidor de um carro que produza menos esse gás. Uma pesquisa sobre dados do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores do Ibama revela o ranking de carros menos e mais poluentes no site http://servicos.ibama.gov.br/ctf/publico/sel_marca_modelo_rvep.php.

O uso consciente do transporte também é essencial para se reduzir a emissão de gases. O Instituto Akatu disponibiliza no site www.akatu.org.br uma cartilha com diversas ideias : preferir o transporte coletivo e criar esquemas de carona solidária reduz o número de carros nas ruas, optar por veículos movidos a álcool ou a gás natural poluem menos.

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