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Santo Antônio da Platina - Pelo menos 22 dos 118 presos que se rebelaram entre domingo e segunda-feira na carceragem da 38.ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, vão continuar ocupando as 12 celas da unidade policial – mesmo após o local ter sido completamente destruído. Esses detentos aguardam a revisão dos seus processos para serem transferidos para penitenciárias estaduais.

O restante dos presos fugiu, foi transferido para carceragens de delegacias de Jacarezinho, Wenceslau Braz, Abatiá e Joa­quim Távora – cadeias que também já estão superlotadas – ou está ganhando a liberdade através da Justiça local, que promove uma espécie de mutirão na revisão dos processos penais de detentos que já cumpriram integralmente as suas penas dentro da própria delegacia.

"Dependendo da situação, levando-se em conta crimes de menor potencial ou gravidade, poderão ser concedidos alvarás de soltura. Quem já foi julgado e condenado deverá ser conduzido ao sistema penitenciário. E aqueles que se encontram presos provisoriamente deverão ser removidos às cadeias da região", disse ontem o delegado-chefe da 12.ª Subdivisão Policial de Jacarezinho, Rogério Antônio Lopes.

Durante 24 horas, os presos mantiveram um investigador da Polícia Civil, que atuava como carcereiro, e outros quatro presos como reféns na rebelião. Dois deles foram amarrados em colchões encharcados em álcool e expostos no telhado da delegacia. A todo momento eram ameaçados de morte. Um dos presos conseguiu escapar se jogando do alto do prédio. O refém quebrou os dois pés.

Ontem a Polícia Civil começou a contar os estragos causados pelas 24 horas de rebelião na delegacia. O delegado-chefe da 12.ª SDP informou que ainda não é possível calcular os prejuízos e muito menos prever um prazo para recuperação total da delegacia e também da carceragem. Enquanto as reformas não forem concluídas, o atendimento à população será centralizado na 1.ª Companhia de Polícia Militar, que fica no centro da cidade.

Apenas a sala de uma das três escrivãs e o gabinete do delegado foram poupados pelos amotinados. O restante das salas, recepção e até banheiros da delegacia, além de destruídos, tiveram computadores, móveis e documentos incendiados. Conforme o delegado-chefe, boa parte dos arquivos de computador pode ser recuperada e os documentos, como inquéritos e registros dos presos, são armazenados no sistema integrado da Polícia Civil. Lopes também garantiu que os detentos que organizaram o motim, bem como os que participaram da depredação, serão processados pelo crime de dano ao patrimônio público.

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