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Sujeira também provoca queixas

Além dos problemas de saúde, moradores das regiões próximas às indústrias de cal de Colombo se queixam da sujeira causada pelo pó. A dona de casa Lucimeri Lisboa, 25, diz que precisa manter as janelas de casa sempre fechadas. Segundo ela, as roupas nunca ficam limpas. "A gente coloca no varal e elas já ficam cheias de pó outra vez".

Para o secretário executivo da Associação Paranaense dos Produtores de Cal, Fábio Pini, o pó não é exclusivo das pedreiras e das indústrias. Segundo ele, as ruas não pavimentadas também levantam poeira. "A areia que levanta da rua é prejudicial à saúde porque é rica em sílica", afirma. Pini diz não conhecer nenhum caso de morador ou funcionário das indústrias que tenha tido problemas de saúde devido ao pó da cal.

Entretanto, reconhece que investimentos ajudariam a minimizar a poluição. "Além da instalação dos sistemas de filtragem, muitas indústrias são abertas, ao ar livre, o que facilita a dispersão do pó. Se o local de armazenamento das pedras fosse fechado também ajudaria. Mas isso implica em custos. E em relação ao pó que vem das pedreiras não tem mesmo o que fazer". afirma.

A pesquisa do médico sanitarista Darci Braga, sobre a poluição ocasionada pelas indústrias de cal e calcário na região de Colombo, aponta que e emissão do pó poderia ser reduzida em até 10 vezes por meio da instalação de sistemas de filtragem. "Sei que elas (as indústrias) são fonte de sustento dessa população, mas a intenção é chamar atenção para a necessidade de se tomar medidas para reduzir a emissão de poluentes no ar", diz. Na semana passada, o Instituto Ambiental do Paraná vistoriou 11 dessas empresas na região de Colombo. Uma foi autuada em R$ 10 mil por causa de irregularidades.

De acordo com o Sindicato das Indústrias Produtoras de Cal no Estado do Paraná (Sindical), existem 35 empresas no município. Em dez delas o IAP identificou irregularidades. As empresas então firmaram Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com o órgão e o Ministério Público. Os documentos prevêem adequações que variam de empresa para empresa e por isso elas são monitoradas constantemente.

Outro lado

A reportagem conseguiu, com base em dados fornecidos pelo Sindical, entrar em contato com 19 empresas. Dessas, 16 afirmaram já possuir exaustores e filtros. As três que disseram não contar com os sistemas se justificaram dizendo que trabalham com uma quantia pequena do produto ou que utilizam apenas as pedras, sem refinar. Em julho, as indústrias da região serão convocadas para uma reunião na qual deverão apresentar o andamento das readequações exigidas na resolução 54/06 da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. (CV)

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