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Crianças em aula na academia Gustavo Borges em Londrina: mergulhos e flutuação a partir dos seis meses de idade | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
Crianças em aula na academia Gustavo Borges em Londrina: mergulhos e flutuação a partir dos seis meses de idade| Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina

Dicas

Veja dez passos para evitar afogamentos:

1 - Esvazie baldes, banheiras e tanques logo após o uso;

2 - Mantenha a porta do banheiro e a tampa do vaso sanitário sempre fechadas;

3 - Piscinas devem ser mantidas cobertas e cercadas por grades de no mínimo 1,5m;

4 - Tranque ou proteja cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos;

5 - Não deixe brinquedos, boias, bexigas ou qualquer tipo de atrativo perto da piscina;

6 - Em praias ou cachoeiras, ensine as crianças a respeitarem as placas de segurança;

7 - Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança. O ideal é usar sempre um colete salva-vidas;

8 - Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número da central de emergência;

9 - Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água. Mesmo o adulto não deve ficar na água sozinho, pois ele pode ter um mal súbito e se afogar sem a chance de ser socorrido;

10 - Onde houver água, um adulto deve supervisionar de forma constante crianças e adolescentes, mesmo que saibam nadar ou estejam em lugares rasos.

Maior aula

Ontem, ao meio-dia, a terceira edição do The Worl’s Largest Swimming Lesson (A Maior Aula de Natação do Mundo), chamou a atenção para os afogamentos infantis. Onze estados do Brasil participaram – no Paraná, 105 alunos entraram na água, todos em Curitiba.

Prevenção

Que medidas de segurança você toma para evitar o risco de afogamentos em casa?

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As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

O afogamento é a segunda causa de morte de crianças e adolescentes com até 14 anos no Brasil. Segundo dados de 2009 do Ministério da Saúde, os mais atuais divulgados, esse tipo de acidente foi responsável por 28% das mortes nessa faixa etária, atrás apenas das fatalidades por acidentes de trânsito, que representaram 39% do total.

O maior número de mortes por afogamentos em crianças, ainda segundo dados do Ministério da Saúde, ocorre entre 1 e 4 anos de idade. Entre 2006 e 2009, essa foi a principal causa de morte por acidentes nessa faixa etária – 37% dos casos em 2009. De acordo com o pediatra Issao Udihara, isso acontece porque as crianças dessa faixa etária já andam, são curiosas e não têm consciência do perigo.

Apesar de menos frequente – em crianças menores de um ano, apenas 4,2% das mortes infantis de 2009 foram causadas por afogamentos –, bebês também sofre com esse tipo de acidente. De acordo com a tenente Daniele Bonatto, do Corpo de Bombeiros, crianças pequenas podem se afogar em recipientes como banheiras, vasos sanitários ou mesmo baldes com água. "Até máquinas de lavar oferecem risco de afogamento para eles", afirma.

Por isso, é importante que desde cedo a criança se familiarize com a água. De acordo com a professora de natação Rosemeire Miranda Faria Silva, da academia Gustavo Borges em Londrina, a partir dos seis meses de idade já é possível estimular a criança. "Nós mergulhamos o bebê para ele começar a ter percepção da água e trabalhamos a flutuação", explica. A partir do primeiro ano, segundo ela, a criança já consegue se agarrar na borda e com cinco anos já tem coordenação motora para nadar.

Nas aulas com as crianças, Rosemeire ocasionalmente treina situações de sobrevivência. "Eles pulam na piscina de roupa, simulando uma queda acidental, e aprendem a sair sozinhos", explica. A prova de que esse trabalho pode salvar a vida dos pequeninos, Rosemeire traz com orgulho na memória. "Há oito anos, uma aluna de três anos de idade caiu na piscina da casa. Quando a mãe a encontrou, ela estava agarrada à borda", conta.

Na maioria das vezes, o afogamento é um acidente silencioso e fatal. Três ou quatro minutos sem respirar já são suficientes para causar sequelas e até tirar a vida de uma criança. Segundo Udihara, um afogamento, quando não mata, pode provocar lesões cerebrais variadas, lesões pulmonares, insuficiência renal e problemas de coagulação intravascular. "Além disso, os procedimentos hospitalares podem provocar outras complicações, como infecções", lembra o pediatra.

Conscientização

Fatalidades também provocam afogamentos

Não apenas as crianças correm riscos quando se trata de água. Até adultos que sabem nadar podem ser surpreendidos em piscinas, lagos, rios e praias.

Mesmo sabendo nadar e acompanhada por cinco pessoas, a psicóloga Renata Turra Grechinski perdeu a vida na Praia de Coroados, divisa entre o Litoral do Paraná e Santa Catarina. A causa do afogamento, que aconteceu em fevereiro, tem sido divulgada pela família com o objetivo de evitar outras mortes.

Em fevereiro, Renata surfava com amigos quando a prancha ficou enroscada em um artefato de pesca instalado fora da área delimitada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). "Esse tipo de pesca, pela legislação, só pode ser praticada a partir de meia milha da praia, mas estava a 40 metros", conta Silvia Turra Grechinski, irmã de Renata.

Desde então, a família criou o movimento Surf Seguro, um dos projetos da ONG Parceiros do Mar, que tem discutido a utilização de redes de pesca em áreas irregulares. A família, segundo Silvia, tem participado de eventos de surf, feiras, festas e shows, e tido contato com outros surfistas que já passaram por situações parecidas ao acidente de Renata. "Nós temos ouvido depoimentos de que acidentes assim são comuns, apesar de não serem sempre fatais", conta. "Queremos conscientizar a população, as colônias de pescadores e o governo para a existência desse problema", explica. A ONG também pretende mobilizar propostas para mudar a legislação que regulamenta a atividade, além de intensificar a fiscalização.

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