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Brasília – Sementes de mamona "enfeitam" o gabinete de Lula no terceiro andar do Planalto, dividindo espaço com São Francisco, Nossa Senhora e uma mão aberta, símbolo judaico conhecido por "chamsa", presente do rabino Henry Sobel, em janeiro.

"A mão aberta representa um gesto de paz num mundo de ódio", afirma Sobel. Lula acredita que o amuleto o protege do mau olhado. "Enquanto eu for presidente, ficará aqui", jura.

Quando ministros entram no gabinete para mostrar os resultados de suas pastas em "power point", Lula não deixa por menos: "Você trouxe o engana-presidente?". Tem sempre em mãos fichas dos assuntos que despacha, com capas transparentes e informações sobre todos os programas do governo, preparadas pelas assessoras Clara Ant e Miriam Belchior – uma dupla inseparável apelidada por ele de "cajazeiras".

As broncas federais já viraram marca de Lula. Há seis meses, quando a equipe econômica resistia em ampliar a meta de famílias beneficiadas pelo Bolsa-Família de 8 milhões para 11,1 milhões, alegando que o gasto de R$ 8,5 bilhões prejudicaria o ajuste fiscal, o presidente explodiu. "Olhem aqui: cada grande empresário que entra nessa casa vem buscar milhões para investimentos e vocês não colocam obstáculo. Não me peçam para entrar para a história como o presidente que tirou dinheiro dos pobres", gritou. No ano eleitoral, tudo foi aprovado como Lula queria e a popularidade que hoje deve reconduzi-lo à Presidência foi conquistada justamente nas classes menos favorecidas. Na sua quinta campanha rumo ao Planalto, a intuição venceu a razão. Na ponta do lápis.

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