Foz do Iguaçu - Quase um ano após o assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele, Raoni Villas Boas, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes voltou a confessar a autoria do duplo assassinato, desta vez diante da Justiça. Cadu, como é conhecido, e mais oito testemunhas, entre elas um médico psiquiatra que o acompanhou na prisão, foram ouvidos ontem em audiência a portas fechadas na Justiça Federal de Foz do Iguaçu. A oitiva durou quase cinco horas e meia.
Os depoimentos devem ajudar o juiz federal da 3.ª Vara Criminal, Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, a decidir se acata ou não a alegação da defesa de que o acusado não tem condições de responder pelos crimes que cometeu. De acordo com um laudo médico apresentado no final do ano passado, Cadu sofre de esquizofrenia.
Segundo o advogado de defesa, Gustavo Badaró, durante o depoimento de cerca de uma hora, Cadu reafirmou ser o autor dos assassinatos de Glauco e de Raoni, mortos a tiros em casa, em Osasco (SP). "Ele inclusive repetiu algumas frases que já tinha declarado no depoimento prestado ainda na Polícia Federal." Cadu disse ter matado Glauco e o filho inspirado em uma mensagem divina.
Três dias depois de cometer os assassinatos, ele foi preso sobre a Ponte Internacional da Amizade, quando tentava fugir para o Paraguai. Pouco antes, ao ser perseguido já na fronteira, atirou contra dois policiais rodoviários federais e contra um policial federal. Por conta disso, também responde por três tentativas de homicídio, porte de arma e pelo roubo do carro em que deixou São Paulo.
Estima-se que dentro de um mês o juiz deve decidir se Cadu é inimputável. Caso a Justiça entenda que na época do crime o acusado tinha plenas condições de responder pelos atos, será julgado por um júri popular. Se não, pode ser condenado a uma medida de segurança e cumprir pena em estabelecimento destinado a presos com problemas psiquiátricos. Cadu cumpre prisão preventiva no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde dezembro.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião