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Mais gente contaminada circulando e mais mosquitos voando: está feita a combinação para o desastre. | Danial Castellano/Gazeta do Povo
Mais gente contaminada circulando e mais mosquitos voando: está feita a combinação para o desastre.| Foto: Danial Castellano/Gazeta do Povo

Os próximos três meses serão cruciais para as equipes de vigilância epidemiológica de Curitiba. A previsão de um clima mais quente e úmido que o de costume entre março e maio e a epidemia de dengue na vizinha Paranaguá fazem soar um alerta para o perigo da doença chegar à capital. Do começo do ano até a última quinta-feira (25), a cidade já havia registrado 203 casos de dengue, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde.

Confira a cobertura completa sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Apesar de se tratar apenas de casos importados, o número é preocupante. Principalmente se comparado a 2015, quando até maio eram apenas 113 casos da doença na cidade. Combinado a isso, se tem também um clima mais favorável à proliferação do mosquito. A previsão dos meteorologista é que o El Ninõ mais intenso da história traga dias ainda mais quentes e úmidos para Curitiba nos próximos três meses – ambiente perfeito para o Aedes aegypti se proliferar.

Com mais gente com o vírus da dengue circulando pela cidade, uma maior quantidade de mosquito voando por aí e uma população desprotegida do ponto de vista imunológico, está feita a combinação para um desastre. “Temos um cenário difícil. São muitos os fatores desfavoráveis associados e um território muito grande. A situação indica que é muito difícil que não tenhamos casos autóctones de dengue. O desafio será controlar esses casos para não haver uma transmissão autóctone sustentada e assim evitar uma posterior epidemia”, diz o secretário de Saúde do município, César Titton.

Estratégia

Como não é possível evitar o fluxo de pessoas que entram na cidade diariamente, a única forma de conter a circulação da dengue e outros arbovírus -- como zika e chi kungunya – na cidade é controlar o vetor. Neste ano, por causa do aumento no número de casos importados e o aumento de denúncias de possíveis focos de dengue, houve uma mudança de estratégia no sistema de combate ao Aedes aegypti a partir de janeiro.

Para começar, a quantidade de tarefas desempenhadas pelos agentes de endemia da cidade foi reduzida. A intenção é que eles se foquem nas ações de bloqueio, vigilância dos pontos estratégicos e tratamento de locais onde foi constatada a presença de larvas do Aedes aegypti.

De acordo com o secretário essa foi uma forma de otimizar a equipe de 114 agentes de endemia. Uma necessidade que se tornou urgente com o aumento no número de casos importados de dengue. A cada confirmação, as equipes saem a campo para a ação de bloqueio, que consiste na busca e combate de focos do mosquito num raio de 300 metros do local onde mora o paciente com dengue.

Com a mudança no esquema de serviço, o trabalho de orientação à população, visita de casa em casa e a avaliação de parte das denúncias de possíveis focos do mosquito passou a ser feito pelos agentes comunitários e equipes das Unidades Básicas de Saúde. Todos foram treinados no começo do ano para assumir a função. Com isso, o trabalho de controle vetorial ganhou um reforço de, pelo menos, mais 1 mil pessoas.

A intenção é somar a essa equipe de trabalho a ação de 15 mil voluntários. Na semana passada, a prefeitura lançou uma campanha para cadastrar moradores da cidades que queiram fiscalizar áreas próximas ao local em que moram, checando se há focos do mosquito e orientar moradores. A ideia é que cada voluntário seja responsável por uma quadra da cidade. A primeira turma de voluntários deve receber capacitação já na semana que vem. As inscrições para ser um voluntário podem ser feitas no site da prefeitura.

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