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O impacto de um reajuste salarial de 10,5% para cobradores e motoristas de ônibus na tarifa técnica, aquela repassada às empresas de ônibus, seria de R$ 0,18, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com o órgão, que participa da mesa de negociações ao lado do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), a tarifa técnica subiria R$ 0,18 se levada em consideração apenas o aumento de R$ 100 na cesta básica e o reajuste de 10,5% nos salários das duas categorias. Essas revisões foram sugeridas pela magistrada Ana Carolina Zaina, em audiência conciliatória da última quarta-feira (26).

Para Sandro Silva, economista do Dieese, o impacto do reajuste proposto pela magistrada na tarifa técnica seria de apenas pequeno. "Se eu pegar 10,5% de reajuste linear, o peso do pessoal na tarifa, que hoje é de 47%, subiria apenas 5%. É fácil jogar a culpa nos trabalhadores, mas a prefeitura formou uma Comissão da Tarifa e, até agora, pouco fez para corrigir os problemas que foram apontados na planilha dessa tarifa técnica", afirmou.

Cálculo da Urbs

A Urbanização de Curitiba (Urbs) havia informado na quinta-feira (27) que o reajuste proposto pela desembargadora traria um impacto de R$ 0,32 na tarifa técnica da Rede Integrada de Transporte (RIT). Além do reajuste dos salários e benefícios, a conta leva em consideração aumento em itens como diesel e lubrificante (alta de 16,5 %), rodagem (7,13%), amortização de peças e acessórios (2,50%) e também despensas administrativas e rentabilidade (5,26%).

A tarifa cobrada do usuário e aquela repassada aos empresários têm sido debatidas desde o ano passado, quando eclodiram as manifestações contra a alta do transporte público em diversas cidades brasileiras. Um dos órgãos a apontar distorções na tarifa do transporte de Curitiba e região foi o Tribunal de Contas do estado do Paraná (TCE-PR), que chegou a determinar, em medida cautelar, que a tarifa técnica caísse R$ 0,43. A medida, porém, foi suspensa pelo desembargador Marques Cury, atendendo a uma ação dos empresários.

A queda da tarifa foi um desdobramento do relatório de auditoria finalizado por conselheiros do Tribunal de Contas em setembro do ano passado. Esse trabalho, que ainda não teve o mérito julgado, chegou a sugerir que a licitação do transporte coletivo fosse declarada nula e o pleito fosse refeito.

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