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Por meio de sua conta oficial no Twitter, a presidente Dilma Rousseff enviou, na manhã desta terça-feira (18), uma mensagem de solidariedade à família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, que foi baleada na manhã domingo (16), no Morro da Congonha, em Madureira (zona norte do Rio) e depois arrastada pelas ruas pela viatura da PM que a levava para o hospital.

"A morte de Claudia chocou o país. Nessa hora de tristeza e dor, presto minha solidariedade à família e amigos de Cláudia", foi a mensagem publicada no perfil da presidente, que também lembrou que Cláudia tinha quatro filhos e "acordava de madrugada para trabalhar em um hospital".

Em entrevista coletiva durante um evento em Nilópolis, na Baixada Fluminense, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), classificou o caso como repugnante. "Foi desumano desde o atendimento até a forma como ela foi colocada dentro da viatura. Foi uma cena abominável. Eles vão responder por isso", disse em relação aos três policiais envolvidos, afirmando ainda que a expulsão deles "é o mínimo que pode acontecer".

"Nesses mais de sete anos, estamos fazendo um grande esforço para pacificar comunidades e reduzir índices criminais. Eles estão presos e vão responder por essa barbaridade. Eu tenho certeza que a grande maioria dos seus colegas [policiais] repudiam essa atitude. Não há qualquer tipo de conivência desse governo. Tudo será investigado e a sociedade vai cobrar", disse Cabral.

O crime

Os três policiais foram presos ontem acusados de serem responsáveis por arrastar por 250 metros a auxiliar de serviços gerais. Baleada, ela ficou pendurada na traseira do carro policial após ser socorrida e levada para o hospital. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, Cláudia Ferreira já chegou morta à unidade. Os policiais são do 9º BPM (Rocha Miranda).

Mãe de quatro filhos, casada com um vigilante, Cláudia saiu de casa, na manhã de domingo, para comprar pão. No caminho até a padaria, ela foi surpreendida por uma troca de tiros entre policiais e traficantes da comunidade onde morava, o morro da Congonha, em Madureira.

"Trataram ela como um bicho. Nem o pior traficante do mundo deveria ser tratado assim", disse o vigia Alexandre da Silva, 41, marido de Cláudia.

A Polícia Militar informou que a mulher foi encontrada baleada. Ela levou um tiro no pescoço e outro nas costas. Dois subtenentes e um soldado resgataram a mulher na rua Joana Resende e a colocaram dentro do porta-malas do carro policial.

No caminho para o hospital Carlos Chagas, o porta-malas abriu e o corpo da mulher foi arrastado. Segundo nota da própria PM, "causando mais ferimentos à vítima".

Pedestres e motoristas alertaram os policiais que só pararam o veículo em um semáforo. Uma perícia foi feita no veículo pelo Centro de Criminalística da PM. O caso está sendo investigado pela 29ª DP (Madureira) e pela Corregedoria da PM.

Em nota, o comando da Polícia Militar esclareceu "que este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida e dignidade humana".

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