Rio (AG) O ex-diretor de Furnas Dimas Toledo prestou depoimento por mais de cinco horas no prédio da Superintendência da Polícia Federal no Centro do Rio ontem. Dimas não deu declarações, mas seu advogado, Rogério Marcolini, disse que ele negou todas as acusações contra ele.
O ex-diretor da estatal negou a participação na elaboração do documento que contém uma lista com o nome de 156 políticos que supostamente teriam recebido doações de Furnas. O advogado também rejeitou as acusações feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson, de que teria recebido R$ 75 mil de Dimas Toledo. O ex-diretor negou ainda que tenha participado de qualquer esquema da caixa 2 em Furnas. A PF continua averiguando a autenticidade da lista.
"O doutor Dimas prestou todos os esclarecimentos que a autoridade policial solicitou. Tudo o que foi indagado ele respondeu. Ele nega a autenticidade da lista, diz que não assinou nem nunca confeccionou aquele documento. No mais ele está à disposição da autoridade policial para prestar qualquer outro esclarecimento quando se fizer necessário, se se fizer necessário. Ele confia na apuração da Polícia Federal e acha que tudo vai ser devidamente apurado", afirmou Marcolini.
O advogado disse ainda que seu cliente considera o documento falso: "Ele nega categoricamente qualquer divisão de caixa 2 de Furnas ou qualquer doação de recurso para quem quer que seja. O que ele diz é que o documento é uma fraude, é uma montagem".
Uma cópia da lista começou a ser divulgada pelo lobista Nilton Monteiro, com nomes de políticos de 12 partidos, principalmente do PSDB e do PFL.
Segundo a Polícia Federal, Dimas foi ouvido no inquérito de Furnas, que apura irregularidades de caixa 2 apontado pelo ex-deputado Roberto Jefferson. O parlamentar cassado confirmou que recebeu R$ 75 mil. Ele foi o único político citado na lista, até agora, a atestar alguma das informações registradas no documento.
Contradição
A polícia avaliou que o depoimento foi contraditório em relação às declarações de Jefferson e de um tabelião e um escrivão que prestaram depoimento na quinta-feira. No depoimento, os dois confirmaram que a lista é verdadeira porque autenticaram com o documento original.
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