Diogo Martins vende sorvete nas ruas de Guaíra: informalidade| Foto: César Machado/Vale Press

O sorveteiro Diogo Martins tem 62 anos e há dois meses largou a roça para trabalhar no centro de Guaíra. Ele diz que estava cansado de arrancar mandioca, trabalhando muito e ganhando pouco. "Tirava uns R$ 20 por dia, em média." Hoje ele está mais feliz, trabalhando como vendedor de picolé. "Em dia de calor, chego a ganhar uns R$ 30 por dia."

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A exemplo de Diogo, muitos moradores de Guaíra vivem assim, na informalidade, mas trabalhando em atividades "legais". Mas não são todos. Diogo mesmo já teve a tentação de seguir o caminho dos "atravessadores". "Conheço gente que ganha até R$ 150 por dia com o contrabando. E não tem risco. Se for pego, perde só a mercadoria", revela.

Foi o caso de Zaqueu Herculano, 34 anos, umas das vítimas da chacina. Ele era funcionário da empresa de segurança de Jair Schllemer, presidente da Associação Comercial e Industrial de Guaíra. "Era um rapaz trabalhador, fez curso de vigia. Mas deixou um emprego de carteira assinada para entrar no descaminho", conta Schllemer.

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"O que as pessoas precisam entender é que no começo é o cigarro, mas na sequência vêm as drogas, as armas", alerta do delegado da PF. A morte das 15 pessoas na chacina, segundo ele, deve servir como exemplo. "O crime tem um preço. E um dia ele deve ser pago."

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