Brasília – A Polícia Federal tem poucas expectativas de que conseguirá elucidar a origem dos recursos que seriam usados para a compra de um dossiê contra candidatos do PSDB antes do primeiro turno das eleições. Em reunião, na manhã de ontem, com representantes da Divisão de Combate a Crimes Financeiros (Coaf), a PF recebeu informações de que não foram detectadas operações suspeitas nas contas dos petistas que confessaram participação na suposta tentativa de compra do dossiê.

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Segundo a PF, os indicativos que levam à origem dos recursos aparecem apenas em um conjunto de cédulas que somam R$ 25 mil. Essa é a quantia do dinheiro que estava em pacotes com maços envolvidos por fitas com informações sobre os bancos de onde possivelmente teriam sido sacados. Pelas informações do Ministério da Justiça à PF, R$ 5 mil foram retirados de um agência no bairro da Lapa, em São Paulo, do BankBoston, R$ 15 mil da unidade do Bradesco, na Barra Funda e R$ 5 mil no Banco Safra.

Para esclarecer a origem do dinheiro, a PF também quer pedir à Justiça a quebra do sigilo de contas de agências bancárias em que foram feitos os saques do R$ 1,1 milhão apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha no hotel em que foram presos em São Paulo.

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"Nós precisamos saber se isso é recurso proveniente de caixa de campanha, se isso é recurso proveniente do crime organizado, se isso é recurso proveniente de assalto aos cofres públicos ou se é proveniente de doação. Essa é a questão central. Esta é a questão que precisa ser esclarecida. E, para isso, o Banco Central e o Coaf são instituições extremamente importantes e decisivas", afirma o procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar.

A Polícia Federal pediu também à Justiça Federal de Mato Grosso a quebra do sigilo telefônico do ex-chefe do serviço de inteligência do PT Jorge Lorenzetti; do diretor do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso; e do ex-secretário de Trabalho Osvaldo Bargas, ex-assessor do presidente do PT, Ricardo Berzoini. Os três petistas, que trabalhavam no comitê da campanha pela reeleição do presidente Lula, são suspeitos de participação na operação e não convenceram os responsáveis pelas investigações com seus depoimentos na PF , em Brasília, na sexta-feira.