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Desde que assumiu a diretoria da Escola Estadual Centrão, em Querência do Norte, no Noroeste do estado, em 2006, o professor de Educação Física Flávio Rodrigues dos Santos, 34 anos, enfrenta problemas com a comunidade, o que o levou a renunciar ao cargo (na segunda-feira, ele se reúne com os pais para informar a decisão). Segundo Santos, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) o pressionaram a mudar sua conduta na direção – a escola, com 338 alunos, fica dentro do assentamento Pontal do Tigre, onde vivem 400 famílias.

"Não posso fazer o que o movimento quer, que é levar a militância para dentro da sala de aula", acusa Santos, que se diz favorável à reforma agrária. Por conta da sua postura, afirma, integrantes do MST organizaram um abaixo-assinado, entregue ontem à Secretaria Estadual de Educação (Seed), pedindo sua saída.

Delfino Becker, militante do MST e membro da Associação de Pais e Mestres (APM) da escola – os dois filhos dele estudam na Centrão –, confirma o abaixo-assinado. Mas por outros motivos. Conforme Becker, Santos estaria tomando decisões sem consultar a comunidade. "Desde setembro ele se distanciou e não participa das assembléias", afirma o representante do MST.

Sobre a acusação de que integrantes do MST tentam impor a militância nas aulas, Becker diz que, por ser uma escola estadual, a Centrão segue as diretrizes da Seed.

Na terça-feira e ontem, o diretor esteve reunido com o departamento jurídico da Seed em Curitiba. A assessoria de imprensa informa que o diretor poderia se manter no cargo caso quisesse, já que foi eleito pela comunidade e não há nenhum processo administrativo contra ele. (MXV)

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