Diretor da Interlaken afirma que gostaria de ressarcir consumidores lesados, mas não tem patrimônio suficiente

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O diretor financeiro e filho da proprietária da agência de turismo Interlaken, Augusto Benzi, foi interrogado na Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), nesta quinta-feira (7). Ele também é suspeito de ter agido de má-fé para enganar clientes, vendendo pacotes de viagens, mesmo com a empresa prestes a fechar as portas.

No depoimento, que começou por volta das 16h45 e terminou perto das 18h30, Benzi afirmou que gostaria de ressarcir os consumidores que foram lesados pelo encerramento das atividades da Interlaken, mas alegou não possuir patrimônio suficiente. Ele também culpou a alta do dólar pelo fechamento da empresa. As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil.

A agência encerrou suas atividades no dia 26 de dezembro, mas vendeu viagens até o dia 23. Até esta tarde, mais de 160 pessoas já haviam registrado boletins de ocorrência contra a empresa.

Na última quarta-feira (6), em depoimento à Polícia Civil, Lúcia Fontoura, sócia-proprietária da Interlaken, disse que não havia percebido o rombo na empresa, mesmo tendo fechado duas lojas e demitido vários funcionários ao longo de 2015. Sua filha e também sócia da empresa repetiu a defesa feita por sua mãe horas antes na quarta-feira. Os dois depoimentos demoraram cerca de quatro horas cada. Augusto deve passar pela mesma sabatina agora. A previsão da polícia é para que o depoimento demore tanto quanto os das duas suspeitas.

Para a polícia, há evidente má-fé da empresa ao vender os pacotes, mesmo prevendo fechar a agência. Durante a semana, o delegado titular da Delcon, Guilherme Rangel, disse que eles devem ser indiciados por associação criminosa, estelionato, propaganda enganosa e indução do consumidor ao erro. De acordo com a polícia, os proprietários da empresa não abriram processo de falência, nem de recuperação judicial antes do encerramento de suas atividades.

Augusto foi questionado sobre o caso na entrada da delegacia pela reportagem, mas ficou em silêncio assim como sua irmã e a mãe.

Colaborou: Mariana Balan.