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Brasília – Cobrada pelas suspeitas de favorecimento à iniciativa privada, a diretora da Anac, Denise Abreu, disse na CPI do Apagão Aéreo do Senado que não vê motivos para renunciar ao cargo nem se sente responsável pela crise aérea. O jeito sério e a veemência das declarações da diretora, no entanto, não convenceram o relator da CPI, Demóstenes Torres (DEM-GO).

Denise foi enfática: "Meu mandato foi delegado pelo Senado e não tenho razões para renunciar. Não entendo que tenha qualquer tipo de responsabilidade nas circunstâncias que denotam crise e que levaram a tragédias lastimáveis, que marcaram o país". Ontem, a diretora também deveria depor na CPI do Apagão da Câmara, mas a sessão foi adiada para quinta-feira que vem. Os deputados chegaram a aguardar por cerca de uma hora a presença de Denise.

A diretora confirmou que, no ano passado, fez uma viagem a Seattle (EUA), a convite da Gol, para participar da entrega do primeiro de uma série de Boeings comprados pela empresa aérea. Denise reconheceu que a viagem à custa da companhia pode ter sido um erro. "Nós entendemos, e pode até ter sido equivocado, que o correto era poupar o dinheiro do erário", justificou. A prática, como notaram os senadores, era comum na Anac.

Sobre os passes livres nas empresas aéreas, a diretora negou que tenha feito viagens de interesse pessoal e disse que a Anac enviou informações erradas à CPI.

Segundo Denise, há 15 dias a Anac deixou de ser exclusivamente um colegiado, com todos os diretores opinando sobre tudo, e uma mudança no regimento interno criou atribuições para cada um dos cinco diretores. A ela coube a Diretoria de Serviços Aéreos. Denise negou que tenha sido indicada pelo ex-ministro José Dirceu ou pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) para a diretoria da Anac e, ao ser indagada sobre experiência prévia no setor aéreo, disse que, durante um ano e meio, quando foi subchefe adjunta da Casa Civil, era responsável pelo setor.

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