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Brasília – Uma semana depois de os governistas da CPI do Apagão Aéreo da Câmara barrarem a convocação dos diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Josef Barat e Leur Lomanto, os mesmos deputados, com os votos também da oposição, aprovaram ontem a convocação da diretora Denise Abreu. Os governistas se mobilizaram para que o depoimento de Denise fosse marcado para hoje, depois que a diretora falar à CPI do Senado.

"O governo quer liquidar logo o assunto", criticou a deputada Luciana Genro (PSOL-RS). Denise está convocada para depor às 11 horas no Senado e às 15 horas na Câmara. Resolvida a convocação da diretora, os governistas deixaram a sessão da CPI para que não houvesse quorum capaz de votar outros requerimentos, como a quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal de toda a diretoria da Anac.

"Existem duas questões na convocação da diretora: o aspecto estrutural da Anac e denúncias que precisam ser investigadas", disse o tucano Gustavo Fruet, um dos vários autores dos requerimentos que convocavam Denise Abreu. Fruet diz que, como a Anac é um colegiado, todos os diretores deveriam comparecer à CPI para dar explicações diante das "demonstrações de ineficiência e omissão" da agência diante do caos aéreo.

No caso específico de Denise Abreu, a diretora será questionada sobre a acusação feita pelo ex-presidente da Infraero, José Carlos Pereira, de que ela tentou favorecer um amigo, o empresário Carlos Ernesto de Campos, dono da Tead Terminais Aduaneiros do Brasil Ltda., e fez lobby para levar o serviço de cargas ao aeroporto de Ribeirão Preto. Denise nega qualquer tentativa de favorecimento. Os petistas argumentam que o contrato foi feito pelo governo paulista, do PSDB, e não tem qualquer relação com a Anac.

Denise será questionada também sobre uma reunião ocorrida no dia 26 de julho em que a diretora teria estimulado as companhias aéreas a reagirem contra as medidas do Conselho de Aviação Civil (Conac) para descongestionar o aeroporto de Congonhas, onde aconteceu o acidente com o Airbus da TAM que matou 199 pessoas, em 17 de julho. Na sessão de ontem, os deputados pediram a prorrogação da CPI até o dia 30 de setembro, que precisa ser agora aprovada no plenário da Câmara.

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