• Carregando...

Curitiba – Em 2005, o Paraná conseguiu registrar uma situação de normalidade no campo. Apesar da existência de alguns conflitos pontuais em certas áreas, não houve mortes relacionadas à tensão entre sem-terra e fazendeiros. "Vejo esse fator como algo a ser comemorado. Mostra que, ao menos, o Incra e o governo estadual passaram a dialogar com os movimentos sociais, como o MST. Isso pode não reverter em uma reforma agrária instantânea, mas, ao menos, possibilita o entendimento", diz o sociólogo e professor da UFPR Renato Monseff Perissinotto.

Para Celso Lacerda, o fim da violência no campo deve-se, em boa parte, a uma postura sincera do Incra, que buscou adotar o mesmo discurso para fazendeiros e movimentos sociais. "Não adianta você falar uma coisa para o MST e outra para a UDR (União Democrática Ruralista). Os dois lados podem não concordar com tudo que você expõe, mas, ao menos, haverá transparência no processo."

Carlos Albuquerque, assessor especial da FAEP, confirma que as ordens de reintegração de posse foram cumpridas no estado. "As decisões da Justiça foram respeitadas, até tranqüilamente de certa forma".

Para o MST, o governo estadual tem mostrado coerência ao tratar o movimento como questão social e não caso de polícia. "Ainda enfrentamos alguns casos de tensão, mas de maneira geral, há um entendimento de que se resolve o problema da terra com política pública e não com despejo", ressalta Roberto Baggio, um dos coordenadores do MST no Paraná. (GV)

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]