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O fim das vagas de estacionamento na Avenida Visconde de Guarapuava, no trecho de 25 quadras, numa extensão de 2,9 quilômetros entre a Rua Ubaldino do Amaral, no Alto da XV, e a Ângelo Sampaio, no Batel, onde existem 200 estabelecimentos comerciais, continua gerando confusão. Ontem, além da modificação no trânsito da avenida, uma das principais de Curitiba, o local da reunião entre os comerciantes da região e a prefeitura foi um round a mais. Marcada inicialmente para o fim da tarde de ontem na Câmara Municipal, a reunião acabou sendo transferida para a sede da Urbs (empresa que administra o transporte público da capital), na Rodoferroviária.

Os empresários foram avisados de última hora sobre a mudança de endereço do encontro e quase fizeram outro protesto na via. Em consenso, decidiram manter o diálogo e enviaram uma comissão de seis representantes para negociar com a prefeitura. Outra reunião deve ocorrer ainda na manhã de hoje, sem horário e local definidos, para pôr fim ao impasse.

E a discussão promete continuar, já que o acordo entre as duas partes parece estar longe de acontecer. Após quase duas horas de acaloradas discussões, a prefeitura de Curitiba só aceitou discutir a sugestão dos comerciantes de um prazo para discussão da modificação, alegando que não foram consultados, no fim da reunião, após um telefonema do administrador regional da matriz, Omar Akel, ao secretário de governo, Maurício Ferrante. "O secretário conversou com o prefeito durante a reunião e comunicou a decisão dele de não iniciar as obras essa noite (ontem)", afirma Akel.

Ontem pela manhã, equipes da prefeitura já realizavam obras na esquina com a Rua Barão do Rio Branco. As obras, segundo a assessoria de imprensa da Urbs, não fazem parte do pacote de serviços que aplicariam a proibição de estacionamento no trecho, mas sim uma correção usual da calçada.

A reunião de hoje, segundo o administrador regional, não deve discutir a necessidade de se aumentar a carga de tráfego na avenida, que está sendo estudada pelos técnicos da Urbs e do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) há três anos. "O que se vai discutir é a abertura de um prazo para a adequação e para a busca de medidas que possam minimizar impactos sobre os empregos e trabalhadores que utilizam e freqüentam a região", afirma Akel.

A Visconde de Guarapuava tem pico de 4,6 mil veículos por hora entre 17h30 e 19h30. O objetivo da Urbs em proibir o estacionamento nas duas pistas é aumentar a capacidade de tráfego em 50%. "Até o final do ano, com a implantação do anel viário central, esse tráfego acabará sendo dividido e possivelmente poderemos repensar a Visconde", afirma a gerente de engenharia da Diretoria de Trânsito (Diretran), Rosângela Batisttella.

Os comerciantes acreditam que isso não soluciona o problema de congestionamentos na região. Desde que as obras foram anunciadas, os empresários estão apreensivos e temem prejuízos com a mudança. Anteontem chegaram a bloquear a via com pneus queimados, causando transtorno no trânsito do Centro. Para o comerciante Moisés Lanza, sócio da Lanza Fogos de Artifício, o que está ocorrendo é uma arbitrariedade. "Vamos analisar até onde nossos direitos estão sendo feridos", diz. Lanza não descarta a possibilidade de haver nova manifestação, que antes do incío da reunião já estaria marcada para as 7 horas da manhã. "Tem um pessoal que está disposto a bloquear a rua novamente."

Outra reclamação dos empresários é a Operação Escola, feita durante o ano letivo no Colégio Bom Jesus, bem como os congestionamentos durante o Natal e outras datas festivas nas proximidades do Shopping Curitiba. "A proibição não vai acabar com esse problema", acredita a comerciante Maria Apolônio. Os representantes da prefeitura disseram que essas questões também estariam em discussão.

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